LONDRES, 13 JUL (ANSA) – A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, confirmou nesta segunda-feira (13), durante uma fala ao Parlamento, que o país adotará um sistema de pontos “flexível” para filtrar os imigrantes que pretendem trabalhar no território britânico após a consumação do Brexit.   

O novo método entrará em vigor já no ano que vem e beneficiará profissionais da área da saúde “talentosos”, que terão o processo facilitado, com a isenção de taxa e aceleração do processo para aqueles que forem trabalhar com a saúde pública.   

Além disso, a área médica ganhou um novo tom de importância durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), onde foi fundamental a atuação de estrangeiros. O próprio premier Boris Johnson foi amparado durante seu período mais crítico no hospital por enfermeiros de Portugal e Nova Zelândia. Conforme dados do próprio governo, 30% dos profissionais da saúde que atuam no Reino Unido são originários de outros países da União Europeia.   

A sistematização favorece, segundo o texto, os migrantes com formações mais elevadas, que sejam mais necessitados pelo mercado britânico e com um maior conhecimento do inglês -europeus ou não. Uma das prerrogativas principais do projeto é que o profissional vá para o país com um salário anual superior a 25,6 mil libras (pouco mais de R$ 173 mil).   

O protocolo poderá ser revisto de maneira menos restritiva no caso de necessidades específicas para vários setores, ou ser endurecido no caso de contratações de mão de obra interna em áreas que já exista um “teto” de estrangeiros atuando.   

Durante o anúncio, Patel confirmou que o país proibirá a entrada de pessoas estrangeiras condenadas, em qualquer nação, por crimes que envolvem penas de mais de um ano de detenção ou que sejam considerados “socialmente perigosos”. As negociações entre o bloco europeu e o governo de Johnson estão bastante travadas, sem acordo entre as partes nas questões econômicas e de imigração. Tanto o premier como líderes da União Europeia já estão pedindo para seus parlamentares trabalharem com a hipótese de saída sem um acordo firmado até o fim do ano.(ANSA)