Reino Unido aumentará sua capacidade de produção de armas

O Reino Unido investirá 1,5 bilhão de libras (11,5 bilhões de reais) para construir novas fábricas de armas e munições, anunciou o governo neste sábado (31), dias antes da publicação de sua nova estratégia de defesa.

A atualização da estratégia de defesa é um documento que define as ameaças que o Reino Unido enfrenta e especifica como o governo espera se preparar no plano militar.

Em fevereiro, o primeiro-ministro Keir Starmer anunciou que levará os gastos de defesa do país a 2,5% do seu PIB em 2027, frente aos 2,3% atuais, para enfrentar os novos desafios em matéria de segurança na Europa, em um momento em que os Estados Unidos impulsionam seus aliados a investir mais em defesa.

A ambição do governo trabalhista é atingir depois 3% do PIB durante a próxima legislatura, ou seja, depois de 2029.

A nova estratégia “recomenda criar uma capacidade de produção de munições ‘sempre ativa’ no Reino Unido, que facilite o aumento rápido da produção, se necessário”, e criar “as bases industriais para um aumento das reservas de munições destinadas a responder à demanda de uma guerra a ritmo elevado”, segundo o comunicado do Ministério da Defesa.

O governo financiará dessa forma a construção “de pelo menos seis novas fábricas” de produção de munições e “até 7.000 armas de longo alcance”.

Esse investimento criará cerca de 1.800 empregos no país, acrescentou a pasta.

“Reforçaremos a base industrial do Reino Unido para melhor dissuadir nossos adversários e para que o Reino Unido seja mais seguro internamente e mais forte no exterior”, declarou o ministro da Defesa, John Healey, citado no comunicado.

“As duras lições surgidas da invasão ilegal da Ucrânia por [o presidente russo Vladimir] Putin mostram que um exército não é forte se a indústria que o apoia também não é forte”, acrescentou.

Essa atualização da estratégia de defesa, liderada pelo ex-secretário geral da Otan George Robertson, afirma que o Reino Unido enfrenta “uma nova era de ameaças”, com o aumento da potência da inteligência artificial, drones e outras tecnologias que mudam a natureza dos conflitos, segundo The Guardian.

Descreve também a Rússia como um perigo “imediato”, enquanto a China é apresentada como um “desafio complexo e sofisticado”.

O Reino Unido prevê ainda reforçar suas capacidades cibernéticas e investirá 1 bilhão de libras (7,7 bilhões de reais) em um sistema inovador de detecção e de mira para suas forças no combate.

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