Reino Unido e Ruanda assinaram um novo tratado nesta terça-feira(5), em uma tentativa de reavivar a controversa proposta de Londres de transferir migrantes para o país africano.

O acordo foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Vincent Biruta, e pelo ministro do Interior britânico, James Cleverly, em Kigali.

Londres tenta salvar o seu projeto de enviar migrantes a Ruanda. Um primeiro projeto nesse sentido foi rejeitado no mês passado na Suprema Corte do Reino Unido.

Os juízes confirmaram então uma decisão do tribunal inferior de que esta política é incompatível com as obrigações internacionais do Reino Unido, uma vez que Ruanda poderia devolver à força os migrantes para locais onde poderiam ser perseguidos.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu insistir no controverso projeto, garantindo que o novo tratado “responde às preocupações” levantadas na decisão da Suprema Corte no mês passado.

Embora os detalhes do novo acordo não estejam disponíveis, segundo a imprensa britânica, inclui compromissos de Ruanda em relação ao tratamento dos solicitantes de asilo e outros migrantes para lá enviados.

“Há muito desejo de continuar melhorando o processo. O Reino Unido e Ruanda estão trabalhando nisso porque é importante”, disse Cleverly à imprensa em Kigali.

“Ruanda está muito empenhada nesta parceria e é por isso que trabalhamos com o governo do Reino Unido para tratar das preocupações levantadas pela Suprema Corte”, acrescentou Biruta.

O governo de Londres afirma que o acordo com o Ruanda é crucial para dissuadir a imigração “ilegal” através do Canal da Mancha vinda da França em barcos infláveis.

Quase 30 mil fizeram a viagem perigosa este ano, em comparação com quase 46 mil que cruzaram em 2022.

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