‘Rei dos sequestradores’ morre na Itália vítima de câncer

ROMA, 14 ABR (ANSA) – Considerado um dos criminosos mais notórios da Itália e conhecido como o “rei dos sequestradores” da Sardenha, Graziano Mesina morreu em um hospital de Milão no último sábado (12), um dia após deixar a prisão com câncer terminal.   

Com 83 anos, o italiano havia sido transferido para o Hospital San Paolo, na capital da Lombardia, após passar dois anos na prisão de Opera, como parte de uma sentença de 30 anos por tráfico de drogas.   

Detido há 12 anos como suposto chefe de uma quadrilha de traficantes, Mesina foi condenado em um julgamento de apelação em Cagliari, em 2018 ? um veredito que o Tribunal de Cassação confirmou em 2020.   

Ao todo, Mesina conseguiu escapar 10 vezes em 22 tentativas de fuga de prisões de alta segurança. Foragido, ele chegou a pular de um trem durante uma baldeação e, em outra ocasião, se disfarçou de padre para escapar das autoridades italianas.   

Inclusive, assistiu a uma partida de futebol de seu time, o Cagliari, vestido de mulher.   

O bandido mais famoso da Sardenha no pós-guerra foi um herói para muitos socialistas e militantes antigovernamentais nas décadas de 1960 e 1970, por seus sequestros supostamente anticapitalistas, fugas ousadas e estilo de vida glamoroso.   

Mais tarde, “arrependido”, desempenhou um papel fundamental na libertação de um rapaz raptado na Sardenha, Faruk Kasam, o que levou o presidente italiano da época, Carlo Azeglio Ciampi (1920-2016), a conceder-lhe o perdão em 2004, status revogado 12 anos depois.   

Desde então, Mesina, apelidado de “Grazianeddu”, retornou ao tráfico de drogas e às tentativas de sequestro. Na última sexta-feira (11), sua saúde debilitada o levou para o centro médico em Milão, onde morreu no dia seguinte. (ANSA).