O último monarca absoluto da África apelou à calma e ao diálogo no reino de Ewsatini, neste sábado (23), após a visita de mediadores regionais para tentar resolver a crise nacional e os tumultos mortais.

Anteriormente conhecido como Suazilândia, o país foi abalado por manifestações que explodiram em junho, que motivou a mobilização do exército e o bloqueio da internet. As mais recentes duraram mais de duas semanas, lideradas por estudantes, funcionários públicos e trabalhadores do transporte.

O primeiro-ministro, Themba Ginindza, disse por meio da conta do governo no Twitter que “o rei Mswati III anunciou que um processo de diálogo nacional terá início” após um ritual anual que começa em novembro e pode durar vários meses.

Durante a cerimônia conhecida como Incwali, o rei se isola e não participa das atividades oficiais do governo.

Ginindza também indicou que o monarca pediu calma e “o fim de toda violência, já que não pode haver diálogo enquanto os ânimos estão tão elevados”.

“Sua Majestade nos enviou para transmitir as nossas mais sinceras condolências a todos os que perderam entes queridos durante os motins”, continuou o chefe do Executivo.

A polícia informou que 37 pessoas morreram desde o início dos violentos protestos contra a monarquia. No entanto, o grupo cívico local Leftu Sonkhe Institute of Strategic Thinking and Development afirma que os distúrbios já deixaram quase 80 vítimas fatais. Na quinta-feira, o governo proibiu qualquer tipo de manifestação.