Rei da Jordânia se reuniu com líder palestino na Cisjordânia ocupada

Rei da Jordânia se reuniu com líder palestino na Cisjordânia ocupada

O rei da Jordânia, Abdullah II, se reuniu nesta segunda-feira (28) com o presidente palestino Mahmud Abas em Ramallah, coincidindo com uma cúpula histórica em Israel que reuniu chanceleres árabes e o secretário de Estado, Antony Blinken.

Este deslocamento incomum do rei jordaniano é o primeiro desde 2017 e ocorre no dia seguinte de uma reunião entre o secretário de Estado americano Antony Blinken e Mahmud Abas nessa mesma cidade.

Altos comandos palestinos alertaram em várias ocasiões que a situação na Cisjordânia está prestes a “explodir”.

Cerca de 475.000 israelenses vivem nesse território em colônias classificadas como ilegais pelo direito internacional. Cerca de 2,9 milhões de palestinos também vivem na Cisjordânia.

Israel ocupa desde 1967 este território que até então estava nas mãos da Jordânia.

Amã assinou um tratado de paz com Israel em 1994, tornando-se o segundo país árabe a fazê-lo depois do Egito em 1979.

A visita do monarca acontece em um momento em que quatro altos responsáveis dos Estados árabes – Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos, além do Egito – se reúnem em uma cúpula sem precedentes organizada por Israel, que classificou o encontro como “histórico”, após uma normalização das relações com esses países, o que provocou indignação entre os palestinos.

Os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos normalizaram suas relações com Israel em 2020 após a mediação do então presidente americano Donald Trump.

A visita de Abdullah II, a poucos dias do início do Ramadã, o mês de jejum muçulmano que começa no final da semana, é vista como uma tentativa de acalmar as tensões nos Territórios Palestinos.

A Jordânia, que continua sendo a guardiã dos lugares sagrados para os muçulmanos em Jerusalém Oriental, tem um papel a desempenhar para “amenizar as tensões”, estimou Tahani Mustafa, especialista do International Crisis Group (ICG).

Enquanto o movimento islamita Hamas, que controla o lado de Gaza, classificou o encontro diplomático em Israel como “uma forma de legitimar os crimes” do Estado hebraico para “integrá-lo na região”, o que descreveu como um “perigo”.