O rei da Espanha, Felipe VI, pediu nesta quinta-feira à classe política reunida para a posse do novo governo que faça da corrupção uma “triste recordação”.

Em meio a uma série de escândalos de corrupção, o rei, em um discurso bem claro que inaugurou a XII sessão da legislatura, afirmou que “a corrupção que indigna a opinião pública (…) tem que ser uma triste recordação de uma mancha que temos que vencer e superar”.

“Os valores éticos devem inspirar nossa vida pública”, enfatizou o monarca, dez meses depois de paralisia política que gerou preocupação e mal-estar na socidade espanhola.

Uma série de escândalos de corrupção marcam há uma década o cenário político espanhol, entre eles o que envolveu a irmã mais velha do rei, a infanta Cristina, que espera saber se vai ser condenada por fraude fiscal, e o marido dela, Iñaki Urdangarin, protagonista de um grande caso de corrupção.

O ato desta quinta põe fim de maneira solene aos dez meses de bloqueio político vivido pelo país devido a incapacidade dos partidos de formar uma maioria de governo.

O chefe do executivo, Mariano Rajoy, que está em minoria na câmara, deverá negociar lei por lei com os demais partidos, começando pelo orçamento.

A sessão foi marcada pelo protesto simbólico dos deputados do Podemos, uma formação de tendência republicana que possui a terceira maior bancada na câmara (71 de 350).

Seus legisladores ouviram o discurso do rei, mas não foram saudá-lo nem participaram no desfile militar frente ao Congresso.