A agência federal de aviação (FAA), órgão regulador americano, não considerou necessário avaliar a segurança do sistema de estabilização MCAS do Boeing 737 MAX, envolvido em duas catástrofes aéreas, e preferiu se basear nas conclusões do grupo aeroespacial, informou nesta terça-feira (14) à AFP uma fonte próxima ao caso.

Essa informação faz parte das conclusões preliminares de uma auditoria interna da FAA sobre a certificação do 737 MAX – durante a qual a inspeção de parte do sistemas foi confiada aos engenheiros da Boeing em um procedimento instaurado há uma década, chamado ODA.

Nesta terça, o The Wall Street Journal afirma que durante a certificação do 737 MAX a Boeing não indicou claramente às autoridades que uma falha do MCAS poderia ter resultados desastrosos.

Se tivesse feito isso, teria ocorrido uma análise muito mais minuciosa do programa – cujo defeito provocou o acidente de um 737 MAX 8 da Lion Air que deixou 189 mortos em outubro na Indonésia.

A investigação de outra catástrofe, de um avião da Ethiopian Airlines que caiu, matando 157 pessoas em março, também aponta para o sistema MCAS do 737 MAX.

A auditorias da FAA apontou, contudo, que a Boeing não teve a intenção de enganar o órgão regulador, segundo a mesma fonte consultada pela AFP.

A própria agência considerava que o MCAS não precisava de uma inspeção adicionar porque o sistema não afetava a trajetória da aeronave.

“O MCAS não provocou uma avaliação adicional sobre sua segurança já que não afetava a velocidade de cruzeiro, considerada a fase mais crítica do voo”, acrescentou a fonte.

A Boeing não respondeu às perguntas da AFP sobre o tema.