ROMA, 27 MAI (ANSA) – A iminente liberação dos deslocamentos inter-regionais na Itália, prevista para 3 de junho, já é motivo de divergências entre governadores e prefeitos, que aguardam com ansiedade a reabertura das fronteiras internas para iniciar a retomada do turismo, um dos pilares da economia nacional.   

O estopim para as discussões é um projeto do governador da Sardenha, Christian Solinas, de exigir um “passaporte sanitário” para comprovar que os turistas que visitarem a ilha não estão infectados pelo novo coronavírus.   

Sem citar nomes, Giuseppe Sala, prefeito de Milão, um dos maiores focos de contágio na Itália, disse nesta quarta-feira (27) que “se lembrará” das regiões que exigirem uma “carta de imunidade” quando ele for escolher seus destinos de férias.   

O governador da Sardenha subiu o tom e rebateu que, “em matéria de coronavírus, Sala deveria usar a decência do silêncio”. Mais tarde, o prefeito divulgou uma nota reafirmando que não passará férias em regiões que cobrarem testes de negatividade para a Covid-19 e dizendo que é “errado discriminar os italianos por região de origem”.   

Para evitar novos embates institucionais, a Sardenha deve discutir a proposta do “passaporte sanitário” na conferência que reúne os governadores das 20 regiões da Itália, mas, até o momento, conta apenas com o apoio da Sicília.   

Por outro lado, Luigi de Magistris, prefeito de Nápoles, disse nesta quarta que, se dependesse dele, os deslocamentos inter-regionais de moradores da Lombardia e do Piemonte, as duas regiões com mais casos do novo coronavírus em termos absolutos, ainda não seriam liberados.   

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“A não ser que se garanta um exame negativo, o que seria a solução ideal, porque não permitir que as pessoas viajem depois de tanto tempo é uma limitação forte”, acrescentou.   

Os números diários da pandemia mostram que a reabertura de livrarias e lojas de produtos para crianças, em 14 abril, e das indústrias de manufatura e construção civil, em 4 de maio, não provocou um aumento nos contágios pelo novo coronavírus na Itália.   

Agora as autoridades aguardam os efeitos do relaxamento da quarentena iniciado no último dia 18, quando foram reabertos restaurantes, bares, salões de beleza, comércios, praias e igrejas. (ANSA)


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