Após romper um contrato de décadas com a TV Globo para assumir o cargo de secretara da Cultura no governo de Jair Bolsonaro em 2020, a atriz Regina Duarte irá retornar às telas da emissora com uma nova gravação. O programa no caso é o “Conversas com o Bial”, para o qual a atriz gravou uma entrevista, que irá ao ar na próxima segunda-feira, 12.
+Regina Duarte posta vídeo de Nikolas Ferreira reproduzindo mentiras nas redes sociais
“É uma forma de recuperar esta paixão por tudo que eu fiz”, responde Regina Duarte em uma chamada do programa divulgada nas redes sociais. Segundo informações publicadas pela colunista Anna Luiza Santiago no jornal O Globo, a atriz recordará a novela “Roque Santeiro” e os embates entre a produção e a ditadura militar em 1975.
De acordo com informações do portal Notícias da TV, a entrevista pode ser o primeiro passo para uma reaproximação mais ampla, já que Duarte estaria cotada para participar da novela “Três Graças”. Escrita por Aguinaldo Silva, a produção irá estrear no segundo semestre de 2025 como substituta do remake de “Vale Tudo”.
Regina Duarte fala da ditadura militar
Na entrevista com Bial, Regina Duarte falou de uma caravana de atores que integrou em Brasília para pedir a liberação da novela. “O presidente Ernesto Geisel nem nos recebeu, mandou alguém”, disse a atriz segundo o jornal O Globo. “Foi no “Jornal Nacional” de um domingo que anunciaram que a novela não iria mais ao ar”, conclui.
Durante o breve período em que integrou o governo de Jair Bolsonaro, Regina Duarte chegou a minimizar os crimes cometidos pela ditadura militar durante entrevista à CNN. “Sempre houve tortura”, disse. “Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas e não desejo isso pra ninguém. Eu sou leve, sabe, eu estou viva, estamos vivos, vamos ficar vivos. Por que olhar pra trás? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões.”
O “Conversa com Bial” gravado com a atriz participa terá também participação da jornalista Laura Mattos, autora do livro “Herói mutilado: Roque Santeiro e os bastidores da censura à TV na ditadura”.