O sistema de defesa aérea sírio interceptou, nesta segunda-feira (17), os mísseis dirigidos à cidade costeira de Latakia, no noroeste do país, reduto tradicional do regime de Bashar al-Assad, informaram meios de comunicação estatais citando uma fonte militar.

“Nossa defesa antiaérea interceptou mísseis hostis lançados do mar para a cidade de Latakia, antes que alcançassem seus alvos”, declarou a mesma fonte.

A televisão estatal difundiu imagens que mostram durante vários minutos pequenas explosões luminosas no ar, enquanto a agência de notícias oficial Sana mencionou uma “agressão contra Latakia, contra o instituto de indústrias técnicas”, sem especificar a origem do ataque.

O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, assinalou à AFP sobre “potentes explosões provocadas por um ataque com mísseis contra depósitos de munição dentro do instituto de indústrias técnicas”, que pertence ao regime e está localizado na periferia leste de Latakia.

No entanto, não pôde indicar se esses depósitos pertencem às forças do regime ou ao seu aliado russo.

Este ataque em Latakia ocorre dois dias depois de Israel fazer um lançamento contra o aeroporto de Damasco, segundo a Sana. Também aconteceram “agressões israelenses”, de acordo com os termos usados ​​pela mídia estatal da Síria, contra alvos iranianos nas províncias de Hama (centro) e Tartus (oeste) em 4 de setembro.

O Irã, inimigo de Israel, é outro aliado importante do regime de Damasco em sua guerra contra os rebeldes e os extremistas. O Estado hebreu insiste que não permitirá que usem a Síria como uma ponte contra ele.

No início de setembro, em uma incomum confirmação israelense das operações militares na Síria, um responsável afirmou que o Exército israelense realizou 200 ataques neste país nos últimos 18 meses, principalmente contra alvos iranianos.

De acordo com esse responsável israelense, que pediu anonimato, cerca de 800 mísseis e bombas foram lançados durante esses ataques.

O conflito na Síria, que começou em 2011 com a repressão do regime contra manifestações pró-democracia, se tornou mais complexo com o passar do tempo e o envolvimento de países estrangeiros e grupos extremistas.

A guerra causou mais de 360.000 mortes e milhões de deslocados e refugiados.