ROMA, 24 JUL (ANSA) – O governo do Lazio anunciou nesta quinta-feira (24) que a região no centro da Itália registrou 12 novos casos de febre do Nilo Ocidental, infecção causada por mosquitos contaminados, principalmente do gênero Culex.
Com isso, o número total de infecções subiu para 21, incluindo o caso envolvendo uma mulher de 82 anos, moradora da cidade de Nerola, que morreu no último domingo (20) com febre e confusão mental.
Segundo as autoridades sanitárias locais, todos os casos foram detectados na província de Latina, ao sul de Roma, após a confirmação dos testes realizados no laboratório de virologia do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani.
Além disso, há suspeitas de que as cidades de Aprilia, Cisterna di Latina, Fondi, Latina, Pontinia, Priverno, Sezze e Sabaudia tenham sido expostas ao vírus.
“Deve-se destacar também que a confirmação diagnóstica pelo laboratório regional de referência ocorre em até 48 horas após o recebimento da amostra”, explicou o comunicado. Das 20 infecções detectadas, 10 pacientes estão atualmente hospitalizados em enfermarias comuns devido a outras condições de saúde; dois receberam alta médica; seis estão sendo tratados em casa; e outros dois estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O Departamento de Prevenção da Autoridade Sanitária Local de Latina (ASL) anunciou ainda que um caso de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental também foi detectado em um animal no município de Terracina.
A equipe da ASL, em colaboração com o Serviço Veterinário, já realizou uma inspeção na área onde o animal provavelmente esteve exposto e não identificou focos de larvas do mosquito vetor.
Conforme solicitado pela Autoridade Sanitária e previsto no Plano Nacional de Arboviroses 2020-2025, os agentes implementaram medidas de prevenção, incluindo a remoção e tratamento da vegetação arbórea e uma desinfestação com larvicidas.
Desde o início do ano, até 23 de julho, houve 32 casos confirmados de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental em humanos na Itália. Do número total, 21 foram relatados pela região do Lazio, todos na província de Latina.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde da Itália (ISS), do ponto de vista numérico, “a tendência epidemiológica está atualmente em linha com a dos anos anteriores, enquanto a distribuição parece bastante diferente”.
“O vírus do Nilo Ocidental é endêmico em nosso país há vários anos e o sistema de vigilância desenvolvido pelo Ministério, pelo ISS e pelos governos regionais está bem estabelecido e é eficaz”, garantiu Anna Teresa Palamara, diretora do Departamento de Doenças Infecciosas do ISS.
Segundo ela, “todas as medidas estão em vigor, incluindo aquelas para proteger receptores de transplantes e transfusões”. “Vale lembrar que 80% dos casos de vírus do Nilo Ocidental são assintomáticos, enquanto o risco de consequências graves é maior para os mais vulneráveis. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa”, concluiu.
O vírus do Nilo Ocidental é transmitido por meio de picadas de mosquitos infectados, principalmente, os do gênero Culex. Eles têm como hospedeiros naturais algumas espécies de aves silvestres, que acabam atuando como “amplificadoras” do vírus.
Raríssimos são os casos em que o vírus é transmitido de outras formas, como transfusões de sangue, transplantes de órgãos ou de mãe para filho durante a gravidez. Não existe vacina contra a doença.
A maioria dos casos não é letal e estima-se que em menos de 1% das pessoas tenham problemas neurológicos graves. Além disso, a maior parte dos óbitos costumam ser de idosos e com doenças pré-existentes. Os principais sintomas são febre aguda e mal-estar, anorexia, náusea e dores no corpo. (ANSA).