GÊNOVA, 7 MAR (ANSA) – A região da Ligúria, no noroeste da Itália, proibirá o uso de burcas nos hospitais e em outras estruturas médicas e impedirá a entrada das mulheres que estiverem usando a veste nestes locais. A medida foi anunciada pela vice-presidente do Conselho Regional e assessora da Saúde da região, Sonia Viale, do partido de extrema-direita Liga Norte (LN). O projeto de lei, que já é adotado na região da Lombardia, será objeto de uma resolução especial no Conselho. “Eu acredito ser correto que a região da Ligúria assuma uma medida fortemente antidiscriminatória em defesa da liberdade das mulheres, dispondo a proibição na entrada nas estruturas sanitárias de pessoas que usem a burca. Isso também em respeito às normas de segurança vigentes que são aplicadas nas nossas estruturas”, afirmou Viale. A decisão foi tomada “na véspera do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para relembrar seja as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres seja as descriminações e as violências das quais foram e ainda são objeto em diversas partes do mundo”, disse a política do LN. “O nosso objetivo é dizer um claro não aquela que é a descriminação simbolizada pelo uso da burca. É um tema que deve ser visto com atenção pela comunidade da Ligúria: a descriminação realizada através da cobertura do rosto e da cabeça da mulher é o que não queremos”, completou Viale. Segundo a vice-presidente do Conselho, o dia 8 de março é um “símbolo de liberdade da mulher de escolher como se movimentar e como agir” e a burca, “ao contrário, é simbolicamente o ato de discriminação sexual majoritariamente índice de um fanatismo que se encontra em alguns países nos quais a democracia foi esquecida”. No entanto, essa lei, aprovada principalmente pelos partidos mais conservadores e de direita do país, também foi amplamente rechaçada por muitos políticos. “Uma descriminação deliberada e inconstitucional que, ao invés de aumentar os direitos das mulheres, os reduz. Um péssimo sinal, na véspera do dia 8 de março, que ofende todas as mulheres”, disse a porta-voz do Movimento 5 Estrelas da Ligúria, Alice Salvatore. “A primeira objeção que tenho que fazer em frente às declarações da assessora Viale sobre a proibição da burca nos hospitais é que todos têm o direito de serem curados, independentemente da religião que professam e de como se vestem. Se se quer começar uma discussão contra as burcas, iniciá-la nos hospitais é a coisa mais errada que há”, ressaltou, por sua vez, a líder do Partido Democrático na região, Raffaella Paita, sobre o assunto.   

(ANSA)