NÁPOLES, 10 JAN (ANSA) – A região da Campânia, localizada no sul da Itália, informou que vai paralisar a campanha de vacinação contra a Covid-19 neste domingo (10) porque já utilizou todas as doses recebidas do governo nacional.
“No dia de ontem, a Campânia atingiu, com seus 90% [de aplicação], o percentual mais alto da Itália na aplicação das vacinas. Hoje, todos os centros sanitários acabarão com as doses entregues à nossa região e, essa noite, os centros pararão por falta de vacinas. E isso é o resultado de uma distribuição feita de maneira desigual nesses últimos dias”, criticou o governador regional, Vincenzo De Luca.
Segundo o político, a falta de vacinas já havia sido comunicada ao comissário extraordinário da Emergência de Covid-19, Domenico Arcuri, e havia sido solicitado o envio imediato de novas doses.
“Mas, terça-feira deverão chegar os novos fornecimentos, e é necessário que isso aconteça, reequilibrando as nossas quantidades. Assim como é necessário e urgente o envio de funcionários adicionais para a vacinação, para enfrentar a situação de forte falta de pessoal. Porém, quero agradecer a todas as nossas estruturas sanitárias pelos resultados extraordinários conseguidos mesmo com a falta de pessoal”, destacou o governador.
Segundo dados do portal sobre a imunização contra o coronavírus Sars-CoV-2 mantido pela Agência Italiana de Medicamentos (Aifa), atualizado pela última vez às 11h (7h no horário de Brasília), a Campânia usou 89,5% das 67.020 doses recebidas até o momento, sendo a região que mais vacinou proporcionalmente. Outras três regiões estão na faixa dos 80% neste domingo: Vêneto (aplicou 81,8% das 77.900 doses recebidas), Toscana (79,9% das 52.295) e Úmbria (79,6% das 9.835 doses).
Atualmente, a Itália usa apenas a vacina BNT 162b, desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech, e recebeu 908.700 doses do imunizante até o momento, segundo a Aifa. Outras 470 mil doses devem chegar nesta segunda-feira (11).
A partir dessa semana também começam a chegar no país as primeiras doses da segunda vacina aprovada para uso emergencial, a mRNA-1273 da Moderna. Conforme fontes ouvidas pela ANSA, serão 746 mil doses até o fim de fevereiro.
No dia 11 de janeiro, devem chegar 47 mil; na semana de 25 de janeiro, outras 66 mil; em 8 de fevereiro, mais 163 mil; e em 22 de fevereiro, mais 488 mil doses.
Dados do Comissariado Extraordinário apontam que havia a recomendação para que as regiões guardassem cerca de 30% de suas doses para iniciar a aplicação da segunda dose do imunizante BNT 162b. No entanto, a maior parte delas seguiu o que o Reino Unido está fazendo e focou em dar a primeira dose para o maior número de pessoas possível.
Ainda de acordo com o site da Aifa, 478.539 trabalhadores da área da saúde foram imunizados até agora, 72.422 pessoas que não trabalham na área da saúde e 38.837 moradores de asilos e de centros de cuidados médicos de idosos.
Dos 589.798 vacinados até o momento, 166.211 têm entre 50-59 anos, 126.900 têm de 40-49 anos e 98.940 têm entre 30-39 anos.
Entre os idosos, a maior faixa de imunizados está entre os de 60-69 anos (94.171),seguido pela de 80-89 anos (16.132), de 70-79 anos (12.948) e acima dos 90 nos (12.408).
Nessa primeira fase, estão sendo vacinados profissionais de saúde e idosos. (ANSA).