A região de Madri anunciou nesta quinta-feira (21) a suspensão temporária da administração de vacinas contra o novo coronavírus ao pessoal sanitário, alegando uma falta de doses pela qual responsabiliza o governo espanhol, com o qual mantém uma longa batalha política.

“Madri já ficou sem vacinas para novos vacinados. Madri não tem doses para vacinar mais [profissionais] sanitários da linha de frente”, assegurou na assembleia regional o conselheiro madrilense da Saúde, Enrique Ruiz Escudero.

Escudero, do conservador Partido Popular, responsabilizou pela situação a “má gestão” do Executivo central do socialista Pedro Sánchez, ao qual acusa de prejudicar Madri na distribuição das vacinas.

Segundo informes do ministério da Saúde, Madri recebeu 176.000 doses (13%) do 1,3 milhão de imunizantes distribuídos entre as 17 comunidades autônomas do país, quando sua população representa 14% do total da Espanha.

O secretário-geral de Saúde Digital do governo central, Alfredo González, assegurou que a distribuição se faz com “critérios equitativos” e que a região de Madri “tem um estoque de cerca de 30.000 doses”, visto que só administrou 142.000 vacinas.

A oposição de esquerda do governo de Madri atribuiu esta suspensão à má gestão da saúde na região, que está entre as que administrou o menor percentual das vacinas recebidas.

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Desde o começo da primeira onda do novo coronavírus, a região da capital se tornou o epicentro da epidemia na Espanha, acumulando um quinto dos 2,4 milhões de contágios e 55.000 mortos registrados no país.

Os confrontos têm sido constantes entre a autoridade regional conservadora, partidária de restrições mais brandas, que não causem danos à economia, e o Executivo socialista central, que em outubro chegou a impor um confinamento perimetral da capital e outros municípios vizinhos.


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