Região da Itália contratará médicos cubanos para suprir escassez

CAMPOBASSO, 22 AGO (ANSA) – Uma das menores e menos populosas regiões da Itália anunciou que vai importar médicos de Cuba para combater a carência de profissionais da saúde em seu sistema sanitário.   

A medida foi divulgada nesta sexta-feira (22) pelo governador de Molise, Franco Roberti, do partido de centro-direita Força Itália (FI), que integra a coalizão da premiê Giorgia Meloni.   

“O pressuposto é que não dá para fazer saúde sem médicos, e o acordo com os médicos cubanos representa uma ideia concreta para assegurar a presença do número necessário de profissionais para cobrir cada canto de Molise”, disse Roberti, que copiou um modelo já adotado pela região da Calábria, também governada pela direita.   

Segundo ele, o acordo com a Embaixada de Cuba prevê a chegada de médicos de pronto-socorro e de serviços de emergência, mas o governador ainda não falou em prazos.   

Situada no sul da península, Molise tem menos de 300 mil habitantes e é a segunda região menos populosa da Itália, além da segunda menor em extensão territorial. Com recursos escassos no setor da saúde, o governo local tem tido dificuldades para atrair jovens médicos, com concursos frequentemente sem candidatos e apelando muitas vezes a profissionais aposentados ou estrangeiros.   

A região inclusive teve de contratar médicos venezuelanos para combater a pandemia de Covid-19.   

Cuba também já enviou profissionais sanitários para a Itália em 2022, com o objetivo de enfrentar a carência de pessoal na Calábria, e em 2020, no primeiro ano da pandemia, quando médicos do país caribenho atuaram em hospitais de campanha em Crema e Turim, no rico norte italiano.   

No Brasil, o tema voltou a ganhar destaque na semana passada, quando o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sanções contra brasileiros que participaram da criação do programa Mais Médicos, que colocou cubanos para atuar em locais pouco atrativos em todo o país.   

Segundo a Casa Branca, trata-se de uma “exportação de trabalho forçado do regime cubano”. (ANSA).