A regata de Volta ao Mundo The Ocean Race anunciou no mês passado o adiamento em um ano da realização do evento, que passa agora para a temporada 2022-23. Mesmo com tempo para montagem das equipes, a organização trabalha para garantir que mais barcos participem da prova com largada prevista para outubro de 2022, de Alicante, na Espanha.

Em entrevista ao Regata News, o diretor executivo da The Ocean Race, Johan Salén, disse esperar que o Brasil tenha mais velejadores na disputa ou talvez um barco, repetindo o histórico Brasil 1 de 2005-06, comandado por Torben Grael. Por enquanto, a única presença brasileira na regata será a cidade de Itajaí (SC), uma das escalas no evento.

Na próxima temporada, a competição terá barcos da classe IMOCA, os mesmos utilizados na Vendée Globe e Transat Jacques Vabre, e da V065, one-design das edições anteriores.

– Esperamos muito que seja esse o caso. Ícones brasileiros como Torben e Martine Grael são uma parte importante do patrimônio desta regata, sem falar nas paradas e na hospitalidade que temos desfrutado no Brasil ao longo dos anos. Ficaríamos felizes em encorajar os velejadores brasileiros e qualquer tipo do projeto de equipe com a bandeira do Brasil – contou Johan Salén.

No últimos anos, o Brasil teve apenas um representante oficial nas regatas, mais a cidade-sede. Em 2011-12, Joca Signorini correu no Team Telefónica. Em 2014-15, André Fonseca esteve a bordo do MAPFRE. Já em 2017-18, a campeã olímpica Martine Grael fez parte do team AkzoNobel.

Segundo a entrevista de Johan Salén ao Regata News, a The Ocean Race está disposta a ajudar as equipes e patrocinadores nessa missão, fornecendo informações e consultoria. Estima-se um custo de 7 milhões de euros – mais de R$ 40 milhões por campanha.

– Como organizador de regatas, nosso papel é fornecer uma plataforma atraente para nossas equipes e seus parceiros participarem. Se algum projeto quiser nossa ajuda para contar a história da regata a possíveis parceiros, estamos sempre felizes em ajudar.

Depois do Brasil 1 na temporada 2005-06, vários empresários tentaram colocar em prática a segunda campanha brasileira na disputa, inclusive até com uma parceria com Portugal. Torben Grael, o mais requisitado para liderar o barco verde e amarelo, escolheu na época disputar pelo Ericson 4, da Suécia, onde foi o campeão de 2008-09 da então Volvo Ocean Race. Na equipe estavam Horácio Carabelli, hoje chefe do Luna Rossa da Itália para a America’s Cup, e Joca Signorini.

Os organizadores da The Ocean Race confirmaram que a próxima edição começará em outubro de 2022 em Alicante, na Espanha, e terminará em Gênova, na Itália, em 2023.

A mudança na data da largada da prova foi anunciada após um processo de planejamento estratégico e consulta às partes envolvidas no competição, a fim de determinar o melhor caminho em um cenário esportivo impactado pela COVID-19.

A The Ocean Race estava previamente marcada para largar no ano que vem. As cidades-sede e os patrocinadores anunciados anteriormente continuarão envolvidos na temporada 2022-23, incluindo o Brasil. O município de Itajaí (SC) estará pela quarta temporada consecutiva na lista de stopovers da competição de vela oceânica.

A nova data coincide também com o aniversário de 50 anos da competição e está sendo considerada a realização de uma regata na Europa na metade de 2021, no verão do Hemisfério Norte.

A última competição ocorreu na temporada 2017-18 com o Dongfeng levando o título no final.

– A Ocean Race é importante para mim e é um dos grandes eventos do calendário de competições de vela. Por isso, aplaudo a decisão dos organizadores. Como esporte, nos beneficiamos quando os principais eventos estão no auge e a nova data permitirá que equipes estejam mais bem preparadas na linha de partida em 2022 – explicou o bicampeão olímpico Torben Grael, que foi vencedor da regata como comandante em 2008-09 e atualmente é vice-presidente da World Sailing, a federação internacional da modalidade.

O programa de sustentabilidade, premiado internacionalmente, é um dos pilares fundamentais da The Ocean Race. Esse projeto continuará sob o lema “Competir com um objetivo”. As palestras e debates do evento, bem como os programas de educação e ciência, serão intensificados e integrados a todas as áreas da regata.