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Eles enfrentaram guerras, violência e perseguições. No meio do caminho, encontraram o esporte. E agora poderão competir no maior evento esportivo do planeta. Pela primeira vez em uma Olimpíada, atletas refugiados terão uma equipe própria. Nos Jogos Rio-2016, o Time de Refugiados Olímpicos terá bandeira, hino próprio e será composto por dois nadadores sírios, cinco corredores do Sudão do Sul, um da Etiópia e dois judocas da República Democrática do Congo. “São pessoas com capacidade para superar dificuldades de maneira extraordinária, competir em um evento de alto nível e contribuir com a sociedade que os acolheu”, diz Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). A mensagem chega num momento em que a população mundial de deslocados já ultrapassou a marca de 60 milhões por motivos de conflito armado ou violação de direitos.

Os atletas conseguiram refúgio na Alemanha, Brasil, Bélgica, Luxemburgo e Quênia. Na cerimônia de abertura, no dia 5 de agosto, a equipe desfilará após a delegação brasileira. Os judocas congoleses Popole Misenga, 23 anos, e Yolande Bukasa, 28 anos, vivem no Brasil desde 2011 e treinam no Instituto Reação, no Rio de Janeiro. Para a coordenadora do programa de atendimento aos refugiados da Cáritas do RJ, Aline Truller, essa visibilidade incentiva o sentimento de pertencimento. “Eles conseguirão colher os cacos do que ficou para trás, serão vistos sem pena ou rivalidade e tratados com dignidade.” Para eles, a vitória já começa aí.


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