A agência de classificação de risco S&P Global elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos para este ano de 2,6% para 2,8%, acreditando que a economia americana, que está em uma fase “madura” e operando perto do pleno emprego, será favorecida pela reforma tributária aprovada pelo Congresso do país no fim do ano passado. A expansão do PIB de 2019 foi revisada de 1,9% para 2,2%.

“Várias razões ajudam a explicar o modesto impulso no crescimento econômico: menos deduções generosas compensaram parcialmente os impostos mais baixos. Mais importante ainda é o fato de as reduções nos tributos serem consideradas distorcidas para empresas e assalariados de alta renda, uma combinação que, historicamente, mostrou ter menor efeito multiplicador devido a uma menor propensão marginal a consumir do que outras faixas de renda”, afirmou a economista-chefe para EUA da S&P, Beth Ann Bovino.

Para ela, a expansão econômica deve voltar à tendência abaixo de 2% em 2020, “à medida que o impulso do estímulo fiscal diminui e o aperto monetário acumulado começa a morder”, disse Bovino. Para a S&P, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve continuar a abordagem gradual na normalização da política monetária com três elevações nos juros neste ano e outras três em 2019. No entanto, a incerteza na perspectiva da agência está em como o Fed responderá ao impulso fiscal em um momento no qual a economia americana ganhou novo impulso. A S&P lembra que a rotação entre os dirigentes regionais do Fed deve inclinar o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) para uma posição levemente mais hawkish.

A agência comenta que não prevê que os cortes nos impostos levem a um aumento significativo no potencial de longo prazo da economia. “É pouco provável que as reduções nos tributos aumentem a taxa de crescimento potencial da economia ao acelerar a força de trabalho ou o crescimento total da produtividade”, comentou a S&P.