Num momento em que a Lei Rouanet é questionada, o governo de São Paulo mostra que ela ainda é útil como investimentos na área de cultura. Precisando reformar o Museu do Ipiranga, e sem recursos do Estado suficientes, o governador João Doria resolveu lançar mão do programa federal de incentivo à cultura para arrecadar dinheiro para o megaprojeto de reforma e ampliação do principal monumento histórico do País. A campanha já obteve R$ 160 milhões em recursos doados por empresas por intermédio da Lei Rouanet. É o maior valor da história destinado a projetos culturais desde que a legislação entrou em vigor, há 28 anos. “Nós conseguimos um recorde na história da cultura brasileira. São R$ 160 milhões, até o presente momento, para a recuperação do Museu do Ipiranga com o apoio da lei de incentivo”, disse Doria nesta sexta 17. O valor foi repassado pelas empresas é resultado dos investimentos que 13 empresas paulistas farão em seus núcleos de marketing. A campanha de atração de recursos foi lançada pelo governo paulista há dois meses.

O governo de São Paulo explica que a iniciativa também contribuirá para a mudança no perfil das empresas que fazem seus investimentos em cultura. Na discussão sobre a Lei Rouanet, se dizia que as organizações empresariais só se interessavam em investir em shows e eventos de artistas de grande destaque. Agora, os recursos estão sendo aplicados na restauração do museu, que está deteriorado e fechado há algum tempo. A previsão é que a reforma fique pronta até 2022, quando o Brasil comemora 200 anos de independência, determinada exatamente às margens do Rio Ipiranga, onde está instalado o monumento. Lá, estão guardadas as mais importantes relíquias da história da independência brasileira, inclusive os restos mortais de Dom Pedro I. Doria pretende fazer a reinauguração para as solenidades do bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 2022. Antes de ser fechado, o museu recebia quase um milhão de pessoas por ano.