O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira, 20, que a reforma administrativa está “madura”, embora ainda não esteja pronta. Ele também defendeu o atraso no envio da proposta ao Congresso.

Segundo Bolsonaro, de nada adianta o governo enviar a matéria e depois ter que pedir modificações no texto aos parlamentares.

Antes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que Bolsonaro “está dando uma olhada na reforma administrativa” e que o governo vai fazer “umas mexidas (no texto) que são corretas”.

Guedes também disse que é “normal” Bolsonaro pedir modificações em trechos que não considera corretos.

O ministro citou como exemplo a possível exigência de que os funcionários públicos não tenham filiação partidária.

Divergências

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Guedes aproveitou as recentes divergências entre o governo e o Congresso para defender a aprovação das reformas e do Novo Pacto Federativo. Segundo ele, é preciso “transformar um aparente desentendimento” em algo construtivo.

Durante cerimônia de lançamento da nova linha de crédito imobiliário da Caixa, o ministro da Economia passou uma série de recados ao Legislativo. Guedes falou que “pode haver exagero de um lado ou outro”, que “todo mundo fica nervoso” ao discutir questões orçamentárias, mas que não vale a pena brigar por cerca de R$ 10 bilhões quando há possibilidade do pacto federativo dar mais autonomia para Estados e municípios.

Guedes destacou que as reformas “têm várias dimensões” e que a classe política também está convidada para entrar nas discussões sobre pacto federativo. “Façamos as reformas e aí teremos 100% do orçamento para discutir e construir juntos”, declarou.

Esta semana, ao reclamar da suposta “chantagem” que o presidente Jair Bolsonaro sofre do Parlamento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, acabou expondo o descontentamento de deputados e senadores com Guedes.

Na avaliação da cúpula do Congresso, Heleno e Guedes são hoje os novos integrantes da “ala ideológica” do governo e insuflam Bolsonaro contra os parlamentares.

“Esse empurra-empurra (entre governo e Congresso sobre o orçamento) é normal”, minimizou Guedes.

Em linha de raciocínio semelhante ao que diz Heleno, Guedes falou que se o orçamento impositivo for grande demais, fica parecendo que o País está em um “parlamentarismo branco”, mas que o outro extremo também não é satisfatório para o Congresso.

Guedes afirmou, ainda, que é preciso respeitar quem ganhou a eleição. “Espera três anos e tenta de volta”, declarou.


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