O referendo organizado na Irlanda para modernizar o conceito de família e as referências ao papel da mulher na Constituição foi rejeitado, anunciou neste sábado (9) o governo que impulsionou essa tentativa de reforma em um país onde a Igreja Católica impôs por muito tempo seu dogma.

“Acredito que neste momento está claro que as emendas (…) foram rejeitadas”, declarou o primeiro-ministro, Leo Varadkar, em uma coletiva de imprensa, acrescentando que seu governo “aceita o resultado e o respeitará plenamente”.

Segundo estimativas publicadas pela imprensa irlandesa, a participação no referendo realizado na sexta-feira não ultrapassou os 50%.

Os quase 3,5 milhões de pessoas com direito a voto foram convocadas às urnas para responder a duas perguntas. A primeira sobre a definição de família, que propunha ampliá-la além da base do casamento, incluindo as “relações duradouras”, como casais não casados e seus filhos.

A segunda pergunta propôs apagar uma referência obsoleta sobre o papel da mulher no lar, que sugere que ela deve cuidar das pessoas que vivem com ela.

Uma nova fórmula estenderia a todos os membros de uma família a responsabilidade de cuidar uns dos outros.

As duas emendas referem-se ao artigo 41 da Constituição, mas aqueles que se opõem a essas mudanças criticaram que as formulações eram vagas, especialmente na segunda pergunta, e também rejeitaram a supressão das palavras “mulher” e “mãe” do texto.

Antes da votação, o primeiro-ministro declarou que uma vitória do “não” seria “um retrocesso” para o país.

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