Em 2022, as indenizações pagas por operadoras de saúde por meio de reembolsos somaram R$ 11,4 bilhões, aumento de 25,6% em relação a 2021. O pagamento de reembolsos vem crescendo há anos – desde 2019, o aumento foi de 90,3%, enquanto a variação geral das despesas assistenciais como um todo foi de 19,2%. Os dados são fruto de uma análise da Abramge por meio dos dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar ANS).

Caso os reembolsos tivessem acompanhado a variação geral das despesas assistenciais como um todo, o valor gasto pelas operadoras em 2022 seria de R$ 7,1 bilhões, isto é, 37,2% a menos do que o que foi de fato desembolsado, de acordo com a simulação feita pela Abramge. Considerando o período de 2019 a 2022, a diferença haveria um salto de R$ 1,1 bilhões nos gastos, quando na realidade o aumento foi de R$ 5,4 bilhões.

O gap mostra como as despesas com reembolso cresceram acima das despesas assistenciais, o que gera impacto nos preços dos planos de saúdes para os beneficiários, que é “um reflexo da utilização dos serviços de saúde como um todo, seja rede credenciada, reembolso, cirurgia, exame ou terapia continuada”, diz Marcos Novais, superintendente executivo da entidade. “O reembolso no plano de saúde está incluído no preço”, reforça.

A entidade atribui tamanha diferença aos esquemas de fraudes. “É fato que os reembolsos cresceram de forma bem mais acelerada que as despesas assistenciais, mas isso não significa que passaram a ser mais usados por uma questão de saúde, mas por mal uso e fraudes feitas por clínicas e profissionais”, opina Novais.