A redução dos homicídios e da violência será a prioridade do governo do México no diálogo sobre segurança que manterá nesta sexta-feira com autoridades dos Estados Unidos, disse o ministro das Relações Exteriores Marcelo Ebrard nesta terça (5).
“A prioridade no México é reduzir os homicídios e a violência”, afirmou o chanceler a repórteres, após ser questionado sobre a agenda da reunião.
Os secretários de Estado dos EUA, Antony Blinken, e de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, além do procurador-geral Merrick Garland, visitarão o México para discutir uma nova estratégia binacional de combate ao crime organizado e ao consumo de drogas.
Segundo Ebrard, o governo mexicano proporá “10 objetivos comuns”, entre eles uma assistência jurídica desobstruída para agilizar as extradições entre os dois países, bem como reduzir o fluxo de armas vindas do país vizinho.
“Não quero mais que me deem armas nem helicópteros nem nada disso, o que queremos é que não venham mais armas”, declarou o chanceler.
Ebrard explicou que este pedido não quer dizer que o México esteja dizendo aos Estados Unidos: “Resolvam o problema para mim”, mas sim que são necessárias ações “efetivas e eficientes” para diminuir drasticamente o tráfico ilícito de armas fabricadas no país.
No início de agosto, o México apresentou uma ação judicial inédita perante um tribunal dos EUA contra nove fabricantes e dois distribuidores de armas americanos, os acusando de praticar um comércio negligente que alimenta o tráfico de drogas e a violência em seu território.
O ministro frisou que outra base para o diálogo é o respeito mútuo e que a reunião representa a continuidade de um trabalho de 10 meses para chegar a acordos em matéria de segurança.
“Não é da noite para o dia. Então, já alcançamos, acho eu, um amadurecimento nesse entendimento”, disse Ebrard.
O chanceler reiterou que o tema migratório não fará parte da agenda de sexta-feira e que, sobre a questão, aguardam a resposta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à carta que lhe foi enviada em setembro por seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
Na carta, o presidente do México pede a Biden que “aja imediatamente” investindo em programas de apoio econômico na Guatemala, Honduras e El Salvador, para combater as causas da migração irregular.