“Nós moldamos nossos edifícios; depois, eles nos moldam”: a famosa frase de Winston Churchill nos leva a importantes questionamentos: o que estamos moldando? Que legado vamos deixar para as próximas gerações?

Ao olhar para grandes centros urbanos, vemos uma mistura de arquitetura antiga e moderna. Imagine se esses edifícios antigos pudessem contar histórias, não apenas do passado, mas também do futuro? É aí que entra o retrofit, a arte de aliar tradição e inovação, resgatando o antigo e adaptando-o às demandas atuais.

Em um momento em que a sustentabilidade é o foco, o retrofit se tornou uma solução , já que é uma estratégia arquitetônica que desafia a obsolescência. Por que demolir e começar do zero quando podemos reinventar, economizando recursos e preservando memórias (e o meio ambiente)?

Case B3

A B3, bolsa de valores oficial do Brasil, recentemente se tornou um exemplo dessa prática, através da realização de um retrofit realizado pela Athié Wohnrath.

A iniciativa não só transformou os espaços da B3 em locais mais modernos, eficientes e adaptáveis às necessidades atuais de trabalho, mas também demonstrou um compromisso profundo com a sustentabilidade, a manutenção da cultura e revitalização do centro de São Paulo.

O retrofit trouxe uma reestruturação que priorizou o uso de materiais sustentáveis, técnicas avançadas de economia de energia e soluções inovadoras que minimizam o impacto ambiental.

“A escolha pelo retrofit é uma decisão que olha para o futuro sem esquecer do passado. É uma forma de respeitar a trajetória, o valor histórico e cultural de uma edificação, ao mesmo tempo em que se busca atualização e sustentabilidade”, explica o arquiteto Sergio Athié.

Responsabilidade e compromisso

No cenário global, em que enfrentamos as consequências das mudanças climáticas, o retrofit é mais que uma tendência, é uma responsabilidade. As cidades do futuro serão definidas não apenas por suas inovações arquitetônicas de ponta, mas por como revitalizam e adaptam o que já existe. Esse é o compromisso com o planeta e as gerações futuras.

A beleza do retrofit não está apenas na sua capacidade de preservação. Está, também, em sua habilidade de contar histórias. Cada edifício retrofitado é um capítulo vivo da história, uma narrativa que entrelaça passado, presente e futuro.

Para os profissionais que se dedicam a essa arte, cada projeto é um desafio criativo, uma oportunidade de mostrar ao mundo que modernidade e história não são mutuamente exclusivas: elas podem coexistir harmoniosamente.