Em um cenário cada vez mais dominado por instalações multicloud e ambientes híbridos (com instalações em nuvens públicas, privadas e locais/on premises), a Red Hat pretende se diferenciar com uma abordagem aberta. Uma das soluções da empresa é a plataforma OpenShift. Ela atua como uma camada de software intermediária, permitindo executar uma mesma aplicação em vários ambientes de nuvem sem modificações de código. O OpenShift foi um dos temas abordados no Red Hat Summit Connect, que ocorreu nesta terça-feira (8) em São Paulo.

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Em conversa com jornalistas, Gilson Magalhães, diretor-geral da Red Hat para a América Latina, detalhou o processo de migração das aplicações. “Com o OpenShift, a aplicação vira um container, e pode ser movida e rodada da mesma forma em várias nuvens. Os provedores de cloud também têm seus modelos de container, mas eles não são compatíveis entre si”, disse. 

Thiago Araki, diretor sênior de tecnologia da Red Hat para a América Latina, citou algumas razões pelas quais as grandes empresas devem adotar um sistema multicloud. “Existem questões regulatórias que obrigam algumas companhias a terem alguns dados em seus próprios datacenters. Além disso, há fusões, aquisições. Muitas vezes a empresa comprada tem uma nuvem diferente do comprador. Ninguém sabe o futuro, então usar uma solução compatível com várias nuvens é também uma forma de se antecipar a esse tipo de cenário”, explicou.

IA generativa

Para levar IA generativa às aplicações é imprescindível usar um modelo de linguagem (LLM). No caso da Red Hat, uma das apostas é a família de modelos Granite, desenvolvida em conjunto com a IBM e recentemente disponibilizada também em código aberto para uso por outras empresas. 

“No caso dos clientes que usam os modelos Granite, nós damos o suporte em casos de problemas. Não damos suporte para outros modelos, mas eles podem sim ser implementados pelo cliente. Inclusive em alguns casos podemos até recomendar o uso desses modelos em conjunto com o OpenShift”, esclareceu Araki.

Para Magalhães, há muita empolgação no mercado quando o assunto é IA. Mas para aplicações mais ambiciosas é necessário ter muito cuidado com a segurança dos dados. No curto prazo, uma tendência de aplicação mais simples da IA está nos agentes, programas de uso mais específico criados para tornarem outras aplicações mais inteligentes. 

“Temos hoje um modelo específico e de código aberto para a criação desses agentes. Posso citar um exemplo de uma empresa de transporte que criou um agente para indexar os manuais dos veículos. Assim, em caso de algum problema, o agente já aponta qual o tipo de conserto a ser feito. É algo específico, para aquela função”, exemplificou Magalhães.