A Red Bull arrasou a concorrência, Mercedes e Ferrari decepcionaram, enquanto McLaren e Aston Martin surpreenderam na temporada 2023 da Fórmula 1, que terminou neste domingo (26), com o Grande Prêmio de Abu Dhabi.

. Red Bull

A equipe austríaca teve uma temporada quase perfeita, com 21 vitórias em 22 corridas, algo nunca visto antes. Conseguiu pela primeira vez a dobradinha no campeonato de pilotos com o título para o holandês Max Verstappen, que bateu vários recordes, incluindo o de número de vitórias em uma temporada (19), e o segundo lugar para o mexicano Sergio Pérez, que venceu dois GPs.

A Red Bull ampliou seu domínio, que foi avassalador em 2023, em comparação com as concorrentes, que tiveram que brigar pelo que restou. Com 860 pontos, a equipe estabeleceu um novo recorde na classificação de construtores, com assombrosos 451 pontos de vantagem sobre a vice-campeã Mercedes.

. Mercedes

A equipe alemã provavelmente esperava ter uma temporada melhor e lutar por vitórias em algumas corridas. Segunda colocada no campeonato de construtores, esteve longe desse objetivo. É a primeira vez desde 2011, um ano após o seu retorno à F1, que a Mercedes encerra uma temporada sem vencer uma corrida.

Apesar de ter conseguido a pole position na Hungria, em julho, o heptacampeão mundial Lewis Hamilton só conseguiu seis pódios no ano, com três segundos lugares e três terceiros lugares. O britânico, que renovou seu contrato por dois anos, passa pela segunda temporada sem vitória. Seu compatriota George Russell teve um desempenho ainda pior, com apenas um pódio, contra oito no ano passado, quando também conquistou uma vitória.

. Ferrari

A tradicional escuderia italiana, que pensava que poderia competir com a Red Bull, teve uma temporada frustrante. Embora possa se orgulhar de ser a única equipe a vencer um GP fora a Red Bull, com a vitória do espanhol Carlos Sainz em Cingapura, não conseguiu manter o segundo lugar no campeonato de construtores depois de um difícil começo de ano.

A Ferrari conseguiu ser muito rápida nos treinos de classificação, com sete poles, cinco delas para o monegasco Charles Leclerc, mas faltou ritmo nas corridas. No entanto, reduziu enormemente os erros estratégicos, que foram muitos no ano passado.

. McLaren

A equipe britânica teve um início de temporada desastroso, com apenas 17 pontos conquistados nas primeiras oito corridas. Depois, acertou o rumo a ponto de ameaçar a Red Bull em alguns GPs.

Quinta força no ano passado, a McLaren conseguiu terminar em quarto lugar nesta temporada, marcando muito mais pontos do que na temporada passada (302 contra 159). Além disso, foram nove pódios, sete para o britânico Lando Norris e dois para o estreante australiano Oscar Piastri. Este último também conquistou uma vitória na corrida sprint no Catar, a única que a Red Bull não venceu.

. Aston Martin

A equipe britânica teve uma ótima primeira parte da temporada, principalmente pelo grande desempenho do bicampeão mundial Fernando Alonso, que chegou este ano vindo da Alpine. O experiente espanhol (42 anos) teve oito pódios em 2023, seis deles nas primeiras oito corridas.

Apesar de uma segunda metade da temporada muito mais complicada, o Aston Martin é a equipe que mais evoluiu em relação ao ano passado, quintuplicando sua pontuação (280 contra 55) e subindo do sétimo para o quinto lugar no campeonato de construtores.

. Alpine

A equipe francesa, quarta em 2022 e que tinha como objetivo se aproximar do Top 3, não foi bem este ano, caindo para o sexto lugar com um desempenho decepcionante, a ponto de vários dirigentes, incluindo o chefe do time, Otmar Szafnauer, terem sido demitidos no meio da temporada.

A Alpine também teve problemas de confiabilidade com seis abandonos de Esteban Ocon e um de Pierre Gasly. Os dois pilotos alcançaram um pódio cada um em 2023. A melhora na segunda parte da temporada e a chegada de grandes investidores, porém, elevam as expectativas para o ano que vem.

. As coadjuvantes

Muito longe do nível das líderes, Williams, AlphaTauri, Alfa Romeo e Haas foram coadjuvantes no campeonato.

Porém, a tradicional Williams, a pior em 2022, deu sinais de melhora, principalmente na velocidade máxima nas retas, embora sem o ritmo de corrida necessário para brigar pelas primeiras posições. O tailandês Alex Albon fechou a temporada somando 27 dos 28 pontos obtidos pela equipe britânica.

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