São Paulo, 1/6 – A alteração do limite de financiamento para aquisição de equipamentos para o setor cafeeiro de R$ 40 mil para R$ 320 mil por ano agrícola no programa Moderfrota, anunciada na terça-feira, 31, à noite pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), dará condições ao Brasil para continuar expandindo as exportações do grão entre 2% e 2,5% ao ano e atender à crescente demanda externa por café de qualidade. A avaliação foi feita pelo presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. “A medida causará impacto especialmente para a qualidade do produto brasileiro ofertado ao mercado externo. Sem investimentos em máquinas de beneficiamento do grão não seria possível elevar a qualidade e não haveria condições de o Brasil suprir a demanda global por café de qualidade, que vem crescendo”, disse Brasileiro ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Pela mudança anunciada pelo CMN na terça, os recursos poderão ser utilizados para a aquisição de equipamentos de preparo, secagem e beneficiamento de café e também pulverizadores autopropelidos de qualquer tamanho e capacidade. Historicamente, lembrou ele, as exportações brasileiras de café têm crescido entre 2% e 2,5% ao ano. Mas o aumento em breve seria comprometido pela falta de estrutura para beneficiar o café, especialmente nas lavouras do Espírito Santo. “Muitos produtores do Espírito Santo ainda trabalham com equipamento arcaico, secadores que deixam cheiro no café e não contam com tulhas para descanso do café”, explicou Brasileiro. A entidade já havia levado à ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu a solicitação de aumento do limite de financiamento no Moderfrota. Mais recentemente, teve encontro com o atual ministro da Pasta, Blairo Maggi, para reforçar o pedido. “Ele foi muito sensível a nossas colocações”, afirmou o presidente executivo do CNC.