A estabilidade nas vendas do varejo em maio, na comparação com abril, consolida um cenário em que a recuperação do comércio varejista, que vinha desde o fim de 2016, com a saída da recessão, deu uma parada em 2019. A avaliação é de Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Divulgada mais cedo, a PMC de maio mostrou que as vendas do comércio varejista tiveram ligeira queda de 0,1% em maio ante abril. Nas contas de Isabella, na comparação com o nível de vendas de dezembro de 2018, a alta é de apenas 0,1%, sinalizando para a parada na recuperação.

Segundo a pesquisadora do IBGE, a parada na recuperação das vendas é uma resposta às condições de consumo das famílias. Por um lado, o “elevado grau de incerteza deixa consumidor cauteloso”, disse Isabella. Por outro, o “mercado de trabalho evolui com entrada muito grande de trabalhadores informais”. O trabalho informal, geralmente, paga salários menores do que os empregos formais, com carteira assinada.

“Portanto, a renda média da economia está estável”, afirmou Isabella. Segundo a pesquisadora, isso impede um avanço mais robusto da massa de rendimentos, que é o que importa para impulsionar as vendas no agregado. “A massa está crescendo, mas não é suficiente para estender o consumo para além de atividades básicos, como supermercados e farmacêuticos”, completou Isabella.

Com a parada desde o fim de 2018, as vendas no varejo estão 7,0% abaixo do ponto mais alto da série histórica do IBGE (iniciada em 2001), que foi registrada em outubro de 2014. Já as vendas do varejo ampliado, que inclui as atividades de comércio de veículos e de material de construção, estão 10,2% abaixo do pico, registrado em agosto de 2012.

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