ROMA, 25 JUL (ANSA) – O anúncio do presidente da França, Emmanuel Macron, de que seu país reconhecerá oficialmente a Palestina como um Estado gerou diversas repercussões pelo mundo no decorrer desta sexta-feira (25).
O mandatário confirmou ontem (24) que vai formalizar a ação durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), agendada para setembro. A decisão, segundo Macron, foi tomada em consonância com o compromisso histórico da França “com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio”.
O governo trabalhista britânico, liderado pelo moderado Keir Starmer, se manteve cauteloso, ao menos por enquanto, em relação ao reconhecimento formal de um Estado palestino.
No entanto, mais de 220 parlamentares de nove partidos diferentes enviaram uma carta ao premiê britânico e ao secretário de Relações Exteriores, David Lammy, instando o Reino Unido a reconhecer formalmente o Estado da Palestina.
Já o porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, declarou que Berlim “não tem intenção” de seguir os mesmos passos dos vizinhos franceses. De acordo com o representante, somente uma solução “negociada” entre as duas partes poderá trazer “paz e segurança para israelenses e palestinos”.
A Rússia e a China, por sua vez, saíram em defesa da solução de dois Estados para resolver a crise na região.
“A China está profundamente preocupada com a situação e espera que todas as partes envolvidas possam chegar a um acordo de cessar-fogo o mais breve possível”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Guo Jiakun.
Seguindo na mesma linha de russos e chineses, a Dinamarca, através de seu ministro das Relações Exteriores, Lars Lokke Rasmussen, deixou claro que “respeita” a decisão de Macron, mas não escondeu seu “desejo de avançar para uma solução de dois Estados”.
Por fim, o Brasil informou em um comunicado divulgado pelo Palácio do Itamaraty que “saúda o anúncio” de Paris e “exorta todas as demais nações que ainda não o fizeram a reconhecer a Palestina como Estado soberano”.
“Ao reiterar sua firme convicção de que se trata da melhor forma de se chegar a uma paz sustentável na região, o Brasil reafirma a defesa da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, completou a nota. (ANSA).