ROMA, 26 JUL (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que é “contraproducente” reconhecer o Estado da Palestina neste momento, em resposta à decisão anunciada pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
O chefe do Palácio do Eliseu disse que vai reconhecer formalmente a Palestina na próxima Assembleia-Geral da ONU, em setembro, de forma a aumentar a pressão para Israel interromper a guerra na Faixa de Gaza, onde a fome está se espalhando pela população.
“Acho que o reconhecimento do Estado da Palestina, sem que exista um Estado da Palestina, pode até ser contraproducente para o objetivo”, declarou Meloni ao jornal italiano la Repubblica.
“Eu disse isso várias vezes no Parlamento, para a própria Autoridade Palestina [ANP] e também para Macron. Se algo que não existe é reconhecido no papel, o problema arrisca parecer resolvido, quando não está. Sendo muito favorável ao Estado da Palestina, não sou favorável a seu reconhecimento antes de um processo para sua constituição”, acrescentou.
As falas da premiê foram criticadas por figuras da oposição, como o ex-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte. “É uma desculpa vil que ignora o sistemático plano de extermínio e deportação com o qual o governo israelense sabota soluções em prol do princípio de dois povos e dois Estados. É um ato de subserviência para o criminoso de guerra Netanyahu”, disse.
A Palestina já é reconhecida por mais de 140 países do mundo todo, incluindo Brasil, China, Índia e Rússia, mas não pelas principais potências ocidentais, como Alemanha, Estados Unidos, Itália e Reino Unido. (ANSA).