O anúncio de dois dias de greve na fábrica da Fiat em Melfi (sul da Itália) para protestar contra a contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus, por parte da União Sindical de Base (USB), foi rechaçado e criticado nesta quinta-feira (12) por importantes organizações do setor.

Fiat e Juve compartilham o mesmo acionista de referência, a família Agnelli, histórica dinastia da indústria automotiva italiana, o que indignou o sindicato minoritário USB.

“É inaceitável que, enquanto a direção da FCA (Fiat Chrysler) segue exigindo grandes sacrifícios ao seus trabalhadores, a mesma administração decida gastar centenas de milhões de euros para a aquisição de um jogador de futebol”, protestou a organização em comunicado.

A decisão desse sindicato teve muito impacto midiático a nível internacional, mas foi rechaçada pelas maiores organizações do setor, entre elas CGIL-Fiom, que “não vai responder a esse chamado de greve”, indicaram à AFP.

A USB tenta atrair a atenção com “uma operação de propaganda fácil”, segundo um observador próximo ao movimento sindical da Itália.

“Trata-se de pura propaganda, se desviam dos verdadeiros problemas dos trabalhadores. Pedimos respeito”, protestou em uma nota conjunta Fim, Uilm, Fismic e Uglm, que reúne boa parte dos funcionários e que está negociando uma nova estratégia industrial para a fábrica automotiva.

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“A contratação de Ronaldo não diz respeito aos direitos dos trabalhadores nem ao da Fiat, já que FCA e Juventus são sociedades completamente diferentes”, detalhou Gianluca Ficco, secretário nacional Uilm.

A estrela do Real Madrid assinou um contrato por quatro anos com a Juventus por mais de 100 milhões de euros.

O astro português deverá chegar na segunda-feira a Turim para um exame médico e a apresentação oficial.

A chegada do cinco vezes vencedor da Bola de Ouro a Turim deve multiplicar a renda da Juventus, que tem capital na Bolsa, assim como de todo o futebol italiano.


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