BUENOS AIRES (Reuters) – A receita da Argentina com as exportações de grãos, oleaginosas e seus derivados caiu 61% em janeiro em relação ao ano anterior, disse a câmara de exportadores e esmagadores CIARA-CEC nesta quarta-feira, em um revés enquanto o país tenta reabastecer as reservas em moeda estrangeira.

As exportações totalizaram 928,37 milhões de dólares no primeiro mês do ano, também caindo 75% em relação ao mês anterior, já que o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja enfrenta uma forte seca que atrasou o trabalho de campo e afetou a produção de grãos.

A falta de chuvas na Argentina, também um importante fornecedor de milho e trigo, atrasou o plantio das safras locais de soja e milho, reduzindo a produção de trigo quase pela metade. O governo prometeu apoiar cerca de 54.100 agricultores afetados pela seca com benefícios fiscais e de crédito.

A CIARA-CEC acrescentou em nota que a queda nas exportações ocorreu também após o vencimento do câmbio preferencial para as exportações de soja no final de dezembro, quando o país sul-americano tentou aumentar os embarques do grão.

A receita das exportações agrícolas representa um influxo de dólares muito necessário para a Argentina economicamente abalada, que enfrenta uma crise marcada por uma inflação altíssima e um enfraquecimento da moeda local.

Em 2022, segundo dados da CIARA-CEC, os embarques de farelo de soja representaram 14,2% das exportações totais da Argentina, embora cerca de 50% de sua capacidade de processamento de soja esteja atualmente ociosa.

A câmara destacou ainda que as exportações de milho representaram 11% do total exportado no ano passado, enquanto os embarques de óleo de soja chegaram a 6,9%.

(Reportagem de Walter Bianchi)

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