Os rebeldes huthis do Iêmen reivindicaram, nesta segunda-feira (18), dois ataques a embarcações no Mar Vermelho, alegando que estão “ligados à Israel”, e várias empresas anunciaram que evitarão esta importante rota comercial devido aos incidentes.

Os huthis, próximos ao Irã, declararam em um comunicado que “realizaram uma operação militar contra dois navios associados a uma entidade sionista”, fazendo referência à Israel.

Os rebeldes indicaram que o “M/V Swan Atlantic” e o “MSC Clara” foram atacados após se negarem a responder a suas tentativas de contato.

Os huthis advertiram que irão atacar embarcações que navegarem na costa do Iêmen e tiverem ligação com Israel, em resposta ao conflito desse último país com o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Esta ameaça levou cinco grandes empresas marítimas, incluindo as duas maiores de transporte marítimo do mundo, a anunciarem na semana passada que evitarão o Mar Vermelho, uma importante rota comercial que liga o Mediterrâneo ao Oceano Índico.

Nesta segunda-feira, a petrolífera britânica BP comunicou que suspenderá qualquer envio através desta rota, o que pode aumentar o preço do petróleo bruto.

Os huthis, que controlam, desde 2014, a capital do Iêmen, Sanaã e outros territórios do país, aumentaram os ataques a navios perto do estratégico Estreito de Bab Al Mandab, passagem que separa a Península Arábica da África e por onde transita 40% do comércio mundial.

O navio “M/V Swan Atlantic” foi atingido por um “objeto não identificado” quando navegava no Mar Vermelho, nesta segunda-feira, informou sua proprietária, a empresa norueguesa Inventor Chemical Tankers.

A companhia da Noruega indicou em um comunicado que nenhum membro da tripulação, de nacionalidade indiana, ficou ferido e que o navio sofreu “danos limitados”.

“O navio não tem qualquer relação com Israel”, afirmou o proprietário da embarcação. Também informou que a embarcação viajava da França até a ilha de Reunião, território francês no Índico.

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