Responsável por encerrar um tabu de 16 anos sem medalha de ouro para a ginástica brasileira feminina em Jogos Pan-Americanos, ao ser a campeã do salto nesta sexta-feira, em Santiago, Rebeca Andrade impressionou pela precisão de sua apresentação, mas acredita que pode fazer ainda melhor. Na avaliação dela, alguns detalhes separaram o salto da perfeição, o que não chega a ser um problema, até porque o objetivo é executá-lo de forma ainda mais precisa daqui a menos de um ano, nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

“Foi um salto muito bom. Eu vi no vídeo, mas quero ver de outros ângulos também para entender. Eu não sei se foi o melhor salto que eu fiz, é que eu cravei, né, gente, quase perdi meu pé ali, mas deu tudo certo… eu cravei. Eu senti que eu dei uma ‘carpadinha’. Se eu fizer esse mesmo salto, sem ‘carpar’ e cravar, aí sim vai ser o meu melhor salto da vida e espero que ele aconteça no momento que eu mais precisar, que é Paris”, disse a ginasta.

A conquista veio pouco menos de três semanas depois do Mundial de Ginástica da Antuérpia, no qual Rebeca subiu nos cinco pódios possíveis. Até por isso, foi poupada do solo no Pan e não participou da disputa do individual geral na segunda-feira, quando Flávia Saraiva foi prata. “Eu estou muito feliz e honrada por ter conseguido fazer um salto muito bom, depois de uma competição tão longa que foi o mundial. Conseguir chegar aqui e fazer boas apresentações acho que era o nosso objetivo principal. O resultado é consequência”.

Nesta terça, Rebeca também subiu ao pódio das barras assimétricas, na segunda colocação, com a medalha de prata no pescoço, e teve a campanha de Flávia Saraiva, dona do bronze. Após receber a medalha, Flavinha estava êxtase, pois vinha trabalhando há muito tempo para melhorar seu desempenho no aparelho.

“Medalha é medalha, é importante, mas na paralela para mim tem um gostinho diferente, porque não era o meu melhor aparelho e eu vim melhorando nesses últimos anos. Vem sendo importante não só ara mim na paralelas, mas no individual geral e para poder ajudar na equipe. São as coisas que eu mais almejo, ajudar a equipe, na Olimpíada e evoluir no individual geral. Não tem alegria maior que subir no pódio com a Rebeca e estar representando meu país. Nunca imaginei que eu fosse subir em um pódio Pan-americano de paralelas. Estou muito feliz”, disse a ginasta carioca.

Com oito medalhas conquistadas até agora, a ginástica brasileira pode acumular mais pódios ao longo desta quarta-feira, a partir das 17 horas. Rebeca compete na final trave, assim como Flávia, que também participará do solo, ao lado de Júlia Soares.

Veja a programação da ginástica do Pan nesta quarta-feira:

17h00 – Final Salto masculino (Arthur Nory e Yuri Guimarães)

17h30 – Final Trave (Flávia Saraiva e Rebeca Andrade)

18h00 – Final Barras paralelas (Bernardo Miranda e Diogo Soares)

19h20 – Final Solo feminino (Flávia Saraiva e Júlia Soares)

19h50 – Final Barra fixa (Arthur Nory e Bernardo Miranda)