Rio, 15 – O rebanho bovino brasileiro alcançou 214,7 milhões de animais em 2019, uma alta de 0,4% em relação a 2018, o primeiro avanço depois de dois anos de quedas. Os dados são da Produção da Pecuária Municipal 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Em 2019, a pecuária brasileira foi influenciada, entre outros fatores, pelo contexto internacional. Com baixa no estoque de carne suína, consequência da peste que acometeu a espécie, e um mercado interno em expansão, a China precisou suprir a sua demanda interna por meio da importação de proteína animal. Somente do Brasil, esse país adquiriu 497,7 mil toneladas de carne bovina, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, representando uma alta de 54,4% em relação ao ano anterior, e a sua importação de carne suína aumentou em 61,7%, o que fez o Brasil alcançar a marca de 244,1 mil toneladas exportadas dessa commodity”, justificou o IBGE.

O Brasil tinha o segundo maior rebanho bovino do mundo no ano passado, sendo o principal exportador e o segundo maior produtor, de acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

“O ano de 2019 foi marcado pela alta do preço do boi gordo no último trimestre. O recorde de exportação da carne bovina, explicado, especialmente, pela demanda chinesa, refletiu-se nos preços de toda a cadeia, do bezerro ao consumidor final. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, foram exportadas 1,5 milhão de toneladas de carne, com alta de 17,0% em relação ao ano anterior”, completou o IBGE.

O Estado de Mato Grosso manteve a liderança na criação de gado, com 31,7 milhões de cabeças, o equivalente a 14,8% do rebanho nacional. O município com a maior quantidade de bovinos foi São Félix do Xingu, no Pará, com 2,2 milhões de animais. Corumbá, no Mato Grosso do Sul, figurou em segundo lugar, com 1,8 milhão de cabeças, seguido por Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso, com 1,2 milhão de bovinos.

Leite

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O valor da produção do leite alcançou 43,1 bilhões de reais, avanço de 9,6%, em decorrência de aumentos tanto na produção quanto no preço. O preço médio nacional pago pelo litro do leite foi de R$ 1,24, alta de 6,7% em relação ao ano anterior.

Já o volume de leite somou 34,8 bilhões de litros, o segundo maior da série histórica iniciada em 1974. O volume ficou inferior apenas ao resultado de 2014, quando totalizou 35,1 bilhões de litros.

Plantel suíno

O plantel suíno brasileiro totalizou 40,6 milhões de animais em 2019, uma queda de 1,6% ante 2018. No entanto, o número de matrizes de suínos foi de 4,8 milhões, um crescimento de 0,5%, o terceiro ano consecutivo de aumento.

A região Sul concentrou 49,5% de todo o efetivo suíno do País, embora o rebanho local tenha recuado 2,4% em relação ao ano anterior. Santa Catarina é o Estado com maior número de animais, 7,6 milhões de suínos. O Paraná tinha 6,8 milhões de animais, e o Rio Grande do Sul somava 5,6 milhões.

O município de Toledo, no Paraná, foi o maior produtor nacional, com 1,2 milhão de animais, seguido por Rio Verde (Goiás), com 700 mil cabeças, e Uberlândia (Minas Gerais), com 624,5 mil animais.

Caprinos e ovinos

Entre os animais de porte médio, o País tinha 11,3 milhões de caprinos, alta de 5,3% ante 2018, e 19,7 milhões de ovinos em 2019, 4,1% a mais que no ano anterior.

A Região Nordeste concentra 94,6% da criação de caprinos e 68,5% do rebanho de ovinos. A Bahia é o principal Estado para ambas as criações, com 31,0% de todos os caprinos do País e 22,8% dos ovinos.

Dos 5.127 municípios com caprinos em 2019, os destaques foram Casa Nova, Juazeiro e Curaçá, todos baianos.

Entre os 5.313 municípios com ovinos, os rebanhos mais relevantes eram de Casa Nova (Bahia), Santana do Livramento (Rio Grande do Sul), Remanso (Bahia) e Juazeiro (Bahia).


Galináceos

Os produtores brasileiros reuniam 1,5 bilhão de galináceos no ano de 2019, uma ligeira alta de 0,1% em relação a 2018, o equivalente a 940 mil animais a mais. Os dados são da Produção da Pecuária Municipal 2019, segundo a pesquisa divulgada hoje pelo IBGE.

“Mundialmente, o Brasil tem um papel relevante na exportação de carne de frango, ocupando a liderança, e, em 2019, foi o terceiro maior produtor dessa commodity, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)”, ressaltou o instituto.

Entre os Estados, os líderes de produção foram Paraná, com uma fatia de 26,5% do total nacional, São Paulo (14,0%) e Rio Grande do Sul (10,5%).

O município de Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, manteve o maior efetivo de galinhas e galináceos, como no ano anterior, seguido por Bastos (São Paulo), Primavera do Leste (Mato Grosso), São Bento do Una (Pernambuco) e Itanhandu (Minas Gerais).

Ovos

A produção nacional de ovos de galinha atingiu o recorde de 4,6 bilhões de dúzias em 2019, um crescimento de 4,2% em relação a 2018. O Sudeste foi responsável por 43,4% do total produzido e o Estado de São Paulo se destacou como o maior produtor, com uma fatia de 25,4% da produção nacional.

Piscicultura

A piscicultura brasileira alcançou 529,6 mil toneladas em 2019, um crescimento de 1,7% em relação a 2018. Com alta de 4,8% na produção em relação ao ano anterior, a região Sul manteve a liderança do setor, concentrando 32,9% da piscicultura nacional. O Paraná manteve o topo do ranking estadual, sendo responsável por 23,9% do total nacional.

O principal município produtor foi Nova Aurora, no Paraná, seguido por Morada Nova de Minas (Minas Gerais), Ariquemes (Rondônia) e Toledo (Paraná). A produção conjunta dos quatro municípios alcançou quase 10% do total nacional. Considerando a produção dos 10 maiores municípios criadores, a soma corresponde a 19,8% do total de peixes cultivados no País.

A tilápia ainda é a principal espécie produzida, com 323,7 mil toneladas, ou 61,1% do total. A produção da espécie cresceu 3,5%, em termos quantitativos, em relação ao ano anterior. A criação está concentrada, principalmente, nas Regiões Sul e Sudeste, responsáveis juntas por 72,5% do volume nacional. Os municípios de Nova Aurora (Paraná) e Morada Nova de Minas (Minas Gerais) lideraram as produções municipais, tanto de peixes como de tilápia.


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