A final da Liga dos Campeões de 2023/24 promete ser uma noite inesquecível com o duelo entre Real Madrid e Borussia Dortmund, neste sábado, no lendário estádio de Wembley, na Inglaterra. Com um histórico impressionante de títulos na competição, os espanhóis chegam como favoritos, impulsionados por um “pacto” vitorioso que já dura pelo menos uma década no torneio. Do outro lado, a equipe alemã, de uma campanha surpreendente, está determinada a desafiar a hegemonia madrilenha para voltar a conquistar a glória europeia.

Dono de 14 títulos da liga dos Campeões, exatamente o dobro do Milan, segundo na lista, o Real Madrid chega a Wembley embalado por mais uma virada épica na competição. No jogo de volta da semifinal, a equipe comandada por Carlo Ancelotti perdia por 1 a 0 do Bayern de Munique até os 43 minutos do segundo tempo, quando o contestado atacante Joselu saiu do banco de reservas e, em um intervalo de três minutos, fez dois gols, colocando os espanhóis na grande decisão.

“Aconteceu de novo. Algo que já aconteceu várias vezes, o que é inexplicável, aconteceu novamente. Uma torcida que empurra, um estádio que apoia, uma atmosfera fantástica e jogadores que acreditam. Algo mágico”, foram as palavras de Ancelotti após a classificação.

PACTO NA LIGA DOS CAMPEÕES

A virada serviu para reforçar o “pacto” do Real Madrid na Liga dos Campeões. Nos últimos dez anos, foram pelo menos cinco viradas marcantes em três temporadas diferentes – e, para desespero do Borussia, todas elas terminaram com título dos espanhóis.

Tudo começou na conquista da “La Décima”, que acaba de completar dez anos. Na decisão contra o Atlético de Madrid, o Real perdia até os 48 minutos do segundo tempo, quando Sergio Ramos marcou de cabeça e levou para a prorrogação – o resto é história.

De lá para cá, foram cinco troféus erguidos, sendo o último, em 2021/22, também recheado de classificações improváveis. Nas oitavas, além de perder a ida para o PSG por 1 a 0, também era derrotado na partida de volta, no Santiago Bernabéu, até metade do segundo tempo, mas um hat-trick de Karim Benzema garantiria a classificação.

Nas quartas, apesar de vencer o Chelsea no Stamford Bridge por confortáveis 3 a 1, a equipe comandada por Ancelotti estava irreconhecível no Bernabéu, sofrendo um 3 a 0, e sendo eliminada até os 35 do segundo tempo, quando brilhou a estrela do brasileiro Rodrygo, que balançou as redes e levou a partida à prorrogação – Benzema ainda marcaria no tempo extra para garantir mais um avanço.

Na semifinal, o maior sufoco. Após um eletrizante 4 a 3 para o Manchester City na Inglaterra, o Real Madrid precisava vencer de qualquer maneira dentro de casa. No entanto, assim como nas fases anteriores, não só saiu perdendo, como estava sendo eliminado até 45 minutos do segundo tempo. E novamente brilhou a estrela brasileira. Rodrygo, em um intervalo de dois minutos, fez dois gols e garantiu a prorrogação – Benzema novamente marcaria e selaria o “pacto” da equipe na Liga dos Campeões.

SURPRESA MERECIDA

Apesar de a chegada do Borussia Dortmund à decisão ter sido vista como uma surpresa no mundo da bola, basta olhar para sua trajetória para perceber que não foi apenas uma mera coincidência.

O Dortmund fez parte do chamado “grupo da morte”, ao lado de Paris Saint-Germain, Newcastle e Milan. No entanto, não se abalou e já mostrou o que viria pela frente: três vitórias, dois empates e apenas uma derrota fez a equipe avançar em primeiro na chave.

Nas oitavas, eliminou o PSV, da Holanda. Nas quartas, deixou para trás ninguém menos que o competitivo Atlético de Madrid de Diego Simeone. Apesar da derrota na Espanha (2 a 1), mostrou resiliência para virar o duelo dentro de casa, com um emocionante 4 a 2 no Signal Iduna Park.

Na semifinal, teve novamente o PSG pela frente. Se na fase de grupos o clube francês foi o único que não acabou derrotado para o Dortmund, o cenário não se repetiu no mata-mata. Com muita frieza, e uma solidez defensiva de dar inveja, a equipe comandada por Edin Terzic venceu os dois jogos pelo placar mínimo, provando merecer a vaga na grande decisão em Wembley.

Vale lembrar que o Borussia Dortmund possui apenas um título da competição, conquistado na temporada de 1996/97, quando bateu a Juventus de Zinedine Zidane no Olympastadion, em Munique, na Alemanha.

Se por um lado o Real Madrid busca selar seu pacto na competição, o Borussia Dortmund está pronto para escrever um novo capítulo na história do futebol. A promessa é de um espetáculo emocionante, digno da grandeza e da magia da Liga dos Campeões.

DORTMUND VOLTA A WEMBLEY EM BUSCA DE MILAGRE

O Borussia Dortmund está de volta ao lendário estádio de Wembley, palco de uma de suas memórias mais dolorosas na Liga dos Campeões. Em 2012/13, a equipe aurinegra chegou à final da competição, mas acabou derrotada pelo rival Bayern de Munique em um duelo que terminou em 2 a 1. Agora, 11 anos depois, o Dortmund retorna ao mesmo estádio com a esperança de reescrever sua história e conquistar o tão sonhado título europeu.

Desta vez, o adversário é o poderoso Real Madrid, atual favorito e detentor de um histórico invejável na Liga dos Campeões. Nos últimos dez anos, os espanhóis levaram o título em cinco edições. Além disso, também são os maiores campeões, com 15 conquistas, tendo vencido as últimas oito decisões que disputaram. Foi esse retrospecto que, inclusive, fez Sebastian Kehl, diretor esportivo do Borussia Dortmund e vice-campeão com a equipe em 2013, falar em “milagre” para este sábado.

“Estamos ansiosos para essa tarefa e vamos tentar representar o futebol alemão de uma maneira digna. Batemos grandes times nesta competição nesta temporada. Por que não podemos realizar esse milagre em Wembley também? Acreditamos ter armas suficientes para trazer o troféu de volta a Dortmund depois de muitos anos”, declarou Kehl em entrevista a um canal alemão durante a semana.

O Borussia Dortmund possui apenas um título da competição, conquistado na temporada de 1996/97, quando bateu a Juventus no Olympastadion, em Munique, na Alemanha. Na época, os italianos também eram favoritos, e contavam com nomes de peso no elenco comandado por Marcello Lippi. Didier Deschamps, Zinedine Zidane e Christian Vieri foram titulares naquela decisão, enquanto um jovem Alessandro Del Piero ainda sairia do banco de reservas para marcar o gol de honra na derrota por 3 a 1.

ADEUS DE GIGANTES

A partida também é especial para duas lendas alemãs. Apesar de ser um dos destaques e titular absoluto do Real Madrid, Toni Kroos decidiu que vai se aposentar aos 34 anos. Kroos, que conquistou inúmeros títulos e se destacou como um dos melhores meio-campistas de sua geração, encerra sua carreira em alto nível, buscando mais um troféu para adicionar à sua vasta coleção.

Pelo lado do Dortmund, Marco Reus optou por não renovar seu contrato e vai deixar a equipe que o formou como jogador e que defende profissionalmente desde 2012 – totalizando 21 anos de história. Conhecido por sua habilidade técnica, visão de jogo e lealdade ao clube, enfrentou muitos contratempos em sua carreira, incluindo diversas lesões, mas sempre se manteve como um símbolo de dedicação e paixão pelo Borussia Dortmund.

O meia-atacante, ao lado de Mats Hummels, é o único remanescente do elenco na derrota de 2013, em Wembley. Ambos trazem a experiência e a liderança necessárias para guiar uma equipe que busca escrever seu próprio capítulo na história do clube.

FICHA TÉCNICA:

BORUSSIA DORTMUND X REAL MADRID

BORUSSIA DORTMUND – Kobel; Ryerson, Hummels, Schlotterbeck e Maatsen; Emre Can e Sabitzer; Sancho, Brandt (Nmecha) e Adeyemi; Füllkrug. Técnico: Edin Terzic.

REAL MADRID – Courtois; Carvajal, Rudiger, Nacho e Mendy; Camavinga, Valverde e Kroos; Bellingham, Rodrygo e Vinicius Jr. Técnico: Carlo Ancelotti.

ÁRBITRO – Slavko Vincic (Eslovênia).

horário – 16 horas (de Brasília).

LOCAL – Estádio de Wembley, em Londres, na Inglaterra.