13/12/2023 - 9:29
Essas são as principais reações à adoção, nesta quarta-feira (13), na COP28 de Dubai de um acordo global que pede, pela primeira vez, o abandono gradual dos combustíveis fósseis, principais responsáveis do aquecimento global.
É uma decisão “histórica para acelerar a ação climática”, declarou Sultan Al Jaber, presidente emiradense desta conferência da ONU que reuniu cerca de 200 países.
“A era dos combustíveis fósseis deve terminar e isso deve ser feito com justiça e equidade”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, depois do anúncio do acordo.
“A saída dos combustíveis fósseis é inevitável, vocês gostem ou não. Esperemos que não chegue tarde demais”, destacou, dirigindo-se “àqueles que se opuseram a uma referência clara” a esta noção de eliminação no texto da COP28.
“Acredito que todos ficarão satisfeitos por, em um mundo abalado pela guerra na Ucrânia e no Oriente Médio e por todos os outros desafios de um planeta vacilante, haver uma razão para ser otimista, para ter gratidão e para felicitar todos aqui juntos”, disse o emissário dos EUA para o Clima, John Kerry.
“Os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica inabalável pela mudança climática e, portanto, devem tomar a iniciativa de embarcar no caminho de 1,5ºC antes que o resto do mundo”, disse o vice-ministro chinês do Meio Ambiente, Zhao Yingmin.
“O acordo marca o início de uma era posterior (aos combustíveis) fósseis”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“O mundo apoiou as metas da UE para 2030: triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética”, acrescentou.
“Acredito que o abandono dos combustíveis fósseis é uma das melhores notícias que poderíamos ter recebido de Dubai”, afirmou o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou “um passo importante” que “compromete o mundo com uma transição sem combustíveis fósseis” e pediu para “acelerar” a luta contra o aquecimento global.
Em uma mensagem na rede social X (antigo Twitter), destacou ainda o reconhecimento do “papel fundamental da energia nuclear” que a França defendeu, em paralelo com a necessidade de triplicar as energias renováveis.
“O Grupo Árabe expressa a sua gratidão pelos grandes esforços da presidência dos Emirados Árabes Unidos e da sua equipe”, declarou o representante da delegação saudita na COP28, o saudita Albara Tawfiq, que preside o Grupo Árabe na ONU Clima, saudando “o grande sucesso” da conferência.
Ele citou as conquistas do texto final, como a menção às tecnologias de captura e armazenamento de carbono, promovidas pelos países produtores de petróleo para continuarem produzindo hidrocarbonetos.
A Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis), particularmente ameaçada pela mudança climática, manifestou reservas e preocupações após a aprovação do texto, que considera insuficiente.
“Demos um passo à frente no que diz respeito ao status quo, mas o que realmente precisamos é de uma mudança exponencial”, disse Anne Rasmussen, representante das Ilhas Samoa e presidente da Aosis, uma declaração aplaudida por representantes europeus e outras nações.
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