Essas são as principais reações à adoção, nesta quarta-feira (13), na COP28 de Dubai de um acordo global que pede, pela primeira vez, o abandono gradual dos combustíveis fósseis, principais responsáveis do aquecimento global.

– Presidência da COP28 –

É uma decisão “histórica para acelerar a ação climática”, declarou Sultan Al Jaber, presidente emiradense desta conferência da ONU que reuniu cerca de 200 países.

– ONU –

“A era dos combustíveis fósseis deve terminar e isso deve ser feito com justiça e equidade”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, depois do anúncio do acordo.

“A saída dos combustíveis fósseis é inevitável, vocês gostem ou não. Esperemos que não chegue tarde demais”, destacou, dirigindo-se “àqueles que se opuseram a uma referência clara” a esta noção de eliminação no texto da COP28.

– Estados Unidos –

O presidente americano, Joe Biden, qualificou o acordo alcançado como um “marco histórico”. Ainda há “um trabalho substancial pela frente” para alcançar os objetivos que permitam limitar o aquecimento global, mas “o resultado de hoje nos coloca, significativamente, um passo mais perto”, acrescentou.

– China

“Os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica inabalável pela mudança climática e, portanto, devem tomar a iniciativa de embarcar no caminho de 1,5ºC antes que o resto do mundo”, disse o vice-ministro chinês do Meio Ambiente, Zhao Yingmin.

– Rússia

“O documento final insta a contribuir com os esforços mundiais para prescindir das energias fósseis nos sistemas energéticos mas, e isto é importante, através de uma transição justa, ordenada e que leve em conta as diferentes situações nacionais”, declarou o chefe da delegação russa, Ruslan Edelgueriev.

“Em cada ocasião, ressaltamos as consequências de uma saída caótica e, sem o apoio da ciência, do carvão, do petróleo e do gás”, destacou.

– Brasil

O Brasil instou os países desenvolvidos a assumir a dianteira na transição energética e aportar os “meios necessários” para os países em desenvolvimento.

“É fundamental que os países desenvolvidos tomem a dianteira na transição rumo ao fim dos combustíveis fósseis”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, instando estes países a assegurarem “os meios necessários para os países em desenvolvimento”.

– União Europeia –

“O acordo marca o início de uma era posterior (aos combustíveis) fósseis”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

“O mundo apoiou as metas da UE para 2030: triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética”, acrescentou.

– Reino Unido

Para o governo britânico, trata-se de um acordo “verdadeiramente histórico”. “Representa uma guinada em nossos esforços mundiais para lutar contra as mudanças climáticas, pois pela primeira vez, os países acordaram se distanciar sem descanso dos combustíveis fósseis”, afirmou no X a ministra britânica de Segurança Energética, Claire Coutinho.

– Espanha –

“Acredito que o abandono dos combustíveis fósseis é uma das melhores notícias que poderíamos ter recebido de Dubai”, afirmou o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

– França –

O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou “um passo importante” que “compromete o mundo com uma transição sem combustíveis fósseis” e pediu para “acelerar” a luta contra o aquecimento global.

Em uma mensagem na rede social X, destacou ainda o reconhecimento do “papel fundamental da energia nuclear” que a França defendeu, em paralelo com a necessidade de triplicar as energias renováveis.

– Países árabes –

“O Grupo Árabe expressa a sua gratidão pelos grandes esforços da presidência dos Emirados Árabes Unidos e da sua equipe”, declarou o representante da delegação saudita na COP28, o saudita Albara Tawfiq, que preside o Grupo Árabe na ONU Clima, saudando “o grande sucesso” da conferência.

Ele citou as conquistas do texto final, como a menção às tecnologias de captura e armazenamento de carbono, promovidas pelos países produtores de petróleo para continuarem produzindo hidrocarbonetos.

– Pequenos Estados Insulares –

A Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis), particularmente ameaçada pela mudança climática, manifestou reservas e preocupações após a aprovação do texto, que considera insuficiente.

“Demos um passo à frente no que diz respeito ao status quo, mas o que realmente precisamos é de uma mudança exponencial”, disse Anne Rasmussen, representante das Ilhas Samoa e presidente da Aosis, uma declaração aplaudida por representantes europeus e de outras nações.

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