A morte de 17 alunos na escola Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, dia 14, deu início a um movimento de pais e estudantes cuja missão é pressionar o presidente americano Donald Trump a tomar uma atitude em relação ao porte de armas no país. Alguns pedem a proibição completa, outros sugerem um veto às armas semiautomáticas, enquanto um terceiro grupo exige um controle maior no momento da compra. Para Trump, no entanto, a solução é armar e treinar os professores. “Eles teriam uma arma escondida com eles e passariam por um treinamento especial. E então não teríamos mais uma área livre de armas. Porque, para um maníaco – e eles são todos covardes – uma zona livre de armas significa entrar e atacar”, afirmou.

A declaração do presidente foi feita durante um encontro com estudantes e pais de vítimas do ataque na Flórida. “Estamos aqui porque minha filha não tem mais voz. Ela foi assassinada na semana passada”, disse Andrew Pollack, pai de Meadow, uma das estudantes mortas pelo atirador Nikolas Cruz. “Quantas escolas, quantos filhos têm de ser baleados? Isto tem de parar aqui, com este governo”, disse ele. O presidente evitou se comprometer com o endurecimento das leis para venda. Disse apenas que vai reforçar a checagem de antecedentes (medida defendida inclusive por 93% dos americanos que possuem armas em casa) e trabalhar melhor a questão da saúde mental, tema que sempre vem à tona em casos como o de Parkland. Após propor a ideia de professores armados, Trump voltou ao tema na quinta-feira 22, sugerindo um bônus aos funcionários de escolas que carregassem armas. Afirmou ainda que usaria verba do governo para treinar essas pessoas. “Quero minhas escolas protegidas da mesma maneira que quero meus bancos protegidos”, afirmou ele.

“Quantas escolas, quantos filhos têm de ser baleados? Isto tem de parar”Andrew Pollack, pai de Meadow, uma das 17 vítimas do ataque em Parkland

PROTESTO Estudantes em Washington: por segurança e controle na venda de armas (Crédito:Olivier Douliery)

Revolta

A onda de protestos dos estudantes começou poucos dias depois do massacre na Flórida. Em uma das principais manifestações, realizada na segunda 19, alunos da região de Washington foram até a Casa Branca e se deitaram em frente ao gramado. O evento foi organizado por meio de redes sociais pelo grupo Teens for Gun Reform (“Adolescentes pela reforma das armas”), um entre vários que surgiram após o ataque. A situação já se espalhou além da Flórida e de Washington. Jovens do Arizona, Minnesota, Colorado e Illinois também fizeram protestos semelhantes.

Uma grande marcha a Washington está sendo organizada e está marcada para o dia 24 de março. Organizada em parceria com a organização Everytown for Gun Safety, que luta para reduzir a violência envolvendo armas de fogo por meio da educação e da checagem de antecedentes, a manifestação atraiu a atenção de famosos. George Clooney e Oprah Winfrey doaram US$ 500 mil cada para a marcha. Amy Schumer, Alyssa Milano, Justin Bieber e até Jeffrey Katzenberg, ex-presidente da Disney, já manifestaram seu apoio ao evento.

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