ROMA, 08 ABR (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, se reuniu nesta terça-feira (7) com o comitê técnico-científico que assessora o governo na pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) para discutir como será a reabertura do país após a quarentena.   

Segundo informações de bastidores, a chamada “fase 2” deve se desenvolver em duas etapas: a primeira seria de pequenas aberturas para as atividades produtivas, que, a não ser aquelas estratégicas, estão paralisadas desde o fim de março; e a segunda seria com regras mais flexíveis para a circulação de pessoas.   

A ANSA apurou que o comitê já estaria preparando um mapa com o nível de risco de todas as atividades produtivas para indicar ao governo quais poderiam ser retomadas, mas Conte ainda não fala em datas. As empresas seriam divididas em três categorias: risco baixo, médio e alto, sendo que cada uma comportaria medidas e níveis de distanciamento específicos.   

O isolamento foi prorrogado até 13 de abril, mas o chefe da Defesa Civil, Angelo Borrelli, disse na semana passada que acredita em uma nova extensão até o início de maio. “Devemos estar muito atentos à fase 2. Se errarmos no tempo, voltaremos à quarentena e recomeçaremos tudo de novo”, alertou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, durante entrevista à emissora Rai.   

As medidas de isolamento social conseguiram desacelerar a evolução da pandemia no país, que agora busca zerar o número de novos casos por dia. “A Itália está agora em uma fase de tendência positiva, mas eu não correria para relaxar as medidas porque ainda há muitos casos”, disse à ANSA o físico Alessandro Vespignani, da Northeastern University, de Boston, nos EUA.   

Antes de entrar na segunda fase, o país terá de resolver a carência de testes para diagnósticos do novo coronavírus para formar um cenário mais preciso do tamanho da pandemia – a própria Defesa Civil admite que o número real de casos pode ser 10 vezes maior que o divulgado.   

Atualmente, a Itália soma 139,4 mil contágios pelo Sars-CoV-2 e 17,6 mil mortes. (ANSA)