Não é fácil ser otimista com o Brasil. Nosso País, como disse Roberto Campos, nunca perde a oportunidade de perder uma boa oportunidade. Assim sendo, mesmo em condições positivas, sempre existe o risco de perdermos a oportunidade de embarcar em um ciclo de crescimento. Em um ano que começa com uma sucessão de tragédias e que o The New York Times, em uma viagem opinativa, vaticinou que seria fatídico para o Brasil, ser otimista pode parecer delírio. Mas não é. Na atual circunstância, o País tem amplas condições de retomar o crescimento consistente a partir de oito fatores decisivos.

O primeiro deles é o desejo do mundo político de fazer uma reforma previdenciária, estimulado pela precária situação financeira de estados e municípios. O segundo reside no montante de investimentos nas prateleiras do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), sob o comando do general Santos Cruz. O terceiro refere-se à impulsão do comércio internacional devido ao câmbio e à crise entre os EUA e a China. O quarto está na agenda desburocratizante para a economia a ser implantada pelo ministro Paulo Guedes. A simplificação de processos e do sistema tributário deve alavancar os negócios. O quinto elemento aponta para a retomada do crescimento econômico iniciada na gestão Temer, algo que deve ganhar consistência nos próximos meses. O sexto decorre dos efeitos da agenda de reformas iniciada pelo ex-presidente Michel Temer, em especial, quanto à legislação trabalhista nos setores de energia e de óleo e gás. O sétimo aspecto envolve a política monetária, que tem conseguido manter os juros em patamares historicamente baixos. O oitavo fator é o impacto das fintechs nas operações de crédito no Brasil. Teremos redução dramática nas taxas bancárias e aumento na oferta de crédito. O sistema bancário terá de se reinventar diante dos novos tempos.

Continuaremos a ser um dos destinos prediletos para investimentos, o que alimentará a economia. Porém, o mais importante é que teremos políticas mais liberais, que buscam um melhor ambiente de negócio no País. O novo governo trabalha com uma agenda extraordinária de desburocratização e simplificação tributária cujo alcance será espetacular. O programa de privatizações vai ganhar velocidade, vitalizando a economia e atraindo novos investidores. Acredito que o Brasil esteja, depois de quase uma década patinando ou mergulhado em recessão, iniciando um ciclo virtuoso de crescimento por causa dos aspectos aqui mencionados.

Conheça os fatores que podem criar um novo ciclo de crescimento econômico. Perder essa oportunidade é o nosso maior risco