Na noite desta segunda-feira, dia 14, fui surpreendido por uma espécie déjà-vu. Era como se minha infância tivesse invadido a sala, com a TV ligada e a família reunida em volta do sofá. Ratinho abriu seu programa direto do estúdio ambientado como a clássica Banheira do Gugu. A Mulher Melão de um lado, o ex-bombeiro do Programa Eliana, Yuri Bonotto, do outro, e eu ali, do lado de cá da tela, tentando entender se aquilo era mesmo 2025 ou se alguém tinha apertado o botão do tempo.
Não era nostalgia gratuita. Era estratégia.
O SBT decidiu apostar no que muita gente chamaria de “polêmica” para alavancar sua audiência. Havia uma missão clara nos bastidores da emissora: fazer barulho. E há quem garanta que Rinaldi Faria, chamado internamente como o número 2 do canal (abaixo apenas da CEO Daniela Beyruti), está empenhado em mexer na grade de programação e no elenco da casa para trazer a emissora de volta à vice-liderança.
O programa “No Alvo”, que estreou na sequência, é mais uma dessas apostas. O formato baseado em perguntas feitas por uma “inteligência artificial”, lembra o “Nada Além da Verdade”, comandado por Silvio Santos nos anos 2000 e que eu adorava assistir. A ideia é clara: usar o programa do Ratinho como escada, entregando a audiência aquecida para a nova atração. O famoso “efeito cascata”.
Só que o SBT não quis apenas aquecer. Quis ferver. E conseguiu.
Durante o fim de semana, viralizou a informação de que Pablo Marçal tentava na Justiça impedir a exibição do programa. Muitos desconfiaram de armação. Estratégia de marketing do coach? Jogada do SBT para impulsionar a repercussão? Talvez um pouco dos dois. O fato é que funcionou. Marçal acabou aparecendo no programa, sim. E, no fim, quem deu o tom da noite foi mesmo Ratinho.
Ao vivo, direto do cenário que homenageava a Banheira, ele brincou, provocou e manteve o público em suspense. Disse estar em dúvida se colocaria o quadro no ar. Fez enquete. Perguntou ao povo. “O povo quer sacanagem. Barbaridade”, disse ele, rindo, ao ver a maioria dos votos pedindo a volta do clássico. Tudo previamente calculado, claro. Mas executado com o timing preciso que a televisão exige.
A audiência respondeu bem. O programa ficou a maior parte do tempo em segundo lugar e entregou com bons índices para estreia de “No Alvo”. Ratinho, aliás, vive uma fase excelente na emissora e tem conquistado, com frequência, o posto de maior audiência do SBT nos dias de semana.
Mas, como vocês sabem, entendo que meu papel por aqui vai além de noticiar. É de observar, interpretar e provocar reflexão… Entender os sinais por trás dos acontecimentos. A decisão de Ratinho de transferir ao público a responsabilidade de exibir ou não a Banheira vai além de uma estratégia para segurar a audiência. É também uma maneira inteligente de compartilhar o peso da escolha. Porque, convenhamos, a volta da Banheira é controversa. Ao mesmo tempo em que desperta uma forte nostalgia, o quadro também toca em questões sensíveis.
Apesar do enorme sucesso nos anos 1990, a Banheira também gerou controvérsias por sua estética provocativa, que colocava especialmente as mulheres sob os holofotes de uma exposição muitas vezes excessiva.
O retorno do quadro mostra que os clássicos podem sim voltar, desde que venham com pequenos, mas importantes ajustes. A edição de reestreia seguiu fiel à cartilha original: sensualidade, ângulos fechados, humor e a disputa pelo sabonete. Mas também escancarou um dilema: até que ponto conseguimos entreter sem regredir?
Vi críticas nas redes sociais. Gente que achou apelativo, desnecessário. Mas também vi muitos outros comentários divertidos, saudosos, engajados. E confesso: foi gostoso voltar no tempo. Sentir, mesmo que por alguns minutos, o gostinho da televisão de antes. Em tempos de produções que se prenderam demais ao que é “politicamente correto”, às vezes dá vontade de ver um pouco de bagunça e irreverência.
Claro, isso não pode significar ignorar o debate. A televisão precisa ouvir. Ajustar. Respeitar. Mas também precisa ousar. É possível resgatar quadros históricos sem cair no erro de sempre. Basta sensibilidade. E se for para continuar, que o SBT saiba calibrar bem esse retorno: nem puritano demais, nem escancarado demais. Porque há uma diferença entre apelar e provocar.
E talvez seja isso que a volta da Banheira nos ensine: que o passado pode voltar, sim, mas que ele também precisa evoluir.
Ah, e um detalhe que não passou batido. Durante o quadro, um internauta cravou: “Se a Banheira continuar, vai virar a nova Fazenda, com subcelebridades se matando pra participar”. Ri. Mas confesso que fiquei pensando. Talvez tenha um pouco de verdade aí. E se tiver, que a disputa seja divertida, saudável, com muito sabonete e, claro, ao som do clássico Uba uba uba ê.
Falando de SBT e de nostalgia…
O ex-Dominó Rodrigo Phavanello é meu convidado no Painel IstoÉ Gente desta semana. Com passagens pela Globo e pela Record, o ator revela quanto recebeu para posar nu na G Magazine no fim dos anos 1990, relembra comentário bem-humorado de Silvio Santos sobre o ensaio e conta como Gugu Liberato ajudou a divulgar a revista no Domingo Legal. Quem não lembra do apresentador mostrando as fotos 18+ para a plateia e arrancando reações efusivas da mulherada? Tudo isso ao vivo… O programa com o papo completo já está disponível no canal da IstoÉ no YouTube.
Nova Tieta
Suzana Pires será a nova Tieta na adaptação cinematográfica de Tieta do Agreste, clássico de Jorge Amado. A história foi reprisada recentemente na tela da Globo, na sessão Vale a Pena Ver de Novo, e marcou ótimos índices de audiência. Além de protagonizar, Suzana também assina o roteiro do longa, que será dirigido por Joana Mariani (Todas as Canções de Amor) e produzido por Eliane Ferreira (Muiraquitã Filmes). A trama acompanha o retorno de Tieta a Santana do Agreste, 26 anos após sua expulsão por escândalos amorosos.
Aos 60, clique poderoso de biquíni
A atriz e modelo inglesa Elizabeth Hurley, aos 60 anos, posou de biquíni nas Ilhas Maldivas usando o modelo ‘Blaze’, de sua própria marca de moda praia, e revelou o truque por trás da foto que rendeu inúmeros elogios no Instagram: luz natural suave, ângulo autoconfiante e postura relaxada frente ao mar. A atriz, que explica estar confortável em biquíni mesmo após os 50, reforçou sua mensagem de empoderamento e autoestima, incentivando outras mulheres a se sentirem confortáveis com os seus corpos. Muito legal!
Até amanhã!