Ao pedir a prorrogação por 60 dias das investigações no âmbito de um inquérito que mira o presidente Michel Temer, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, concordou o pedido da Polícia Federal de ouvir mais seis testemunhas, entre elas o empresário Marcelo Odebrecht.

Além de Temer, o inquérito, instaurado no âmbito da delação da Odebrecht, investiga os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco, ambos do MDB.

A investigação foi aberta para apurar relatos de delatores da empreiteira sobre suposto pagamento de R$ 10 milhões em doações ilícitas para campanhas do MDB em troca de favorecimento da empresa. O acordo, segundo a delação, foi firmado durante reunião no Palácio do Jaburu em 2014, quando Temer era vice-presidente.

Ao solicitar mais tempo para a conclusão das investigações, a Polícia Federal apontou a necessidade de novas diligências, entre elas os depoimentos das seguintes pessoas: os delatores da Odebrecht Fernando Migliaccio (que chefiou o Setor de Operações Estruturadas, conhecido como o “departamento de propinas da empreiteira) e Marcelo Odebrecht; o empresário Ibanez Filter (ligado a Padilha); o doleiro Vinícius Claret; Cláudio Barbosa; e o publicitário Duda Mendonça.

A PF também apontou como “pendência” a entrega dos aparelhos celulares utilizados à época dos fatos investigados pelos delatores Cláudio Melo Filho e José de Carvalho Filho.

“Pelos fundamentos expostos, a Procuradora-Geral da República requer a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito epigrafado, por mais 60 (sessenta) dias, nos termos do art. 230, § 1 0, parte final, do Regimento Interno do STF, considerada a existência de diligências pendentes e necessárias ao deslinde das investigações, sem prejuízos de outras reputadas úteis”, escreveu Raquel Dodge.

Caberá ao relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir pela prorrogação do inquérito.