Raposa 'cuidando do galinheiro' no setor de combustíveis

Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é jornalista graduado na FACHA, no Rio, e pós-graduado em Ciências Políticas pela UnB. Iniciou carreira em 1996 em MG. Foi colunista do Informe JB, da Gazeta Mercantil, dos portais iG e UOL. Apresentou programas na REDEVIDA de Televisão e foi comentarista da Rede Mais/Record Minas. De Brasília, assina a Coluna Esplanada em jornais de capitais e é colunista do portal da Isto É.

Raposa ‘cuidando do galinheiro’ no setor de combustíveis

Posto de combustíveis lacrado
Foto: Divulgação

Na última semana, o presidente do Instituto Combustível Legal, Emerson Kapaz, apresentou ao Ministério de Minas e Energia um novo modelo de combate às fraudes ao mercado de combustível. Até aí, tudo parece bem. O estranho é que o presidente do Instituto que preza pela legalidade foi denunciado pelo MPF na operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Segundo o MPF, sua esposa teria recebido depósitos em sua conta do chefe da quadrilha que desviava verbas parlamentares apresentadas para compra de ambulância no Ministério da Saúde anos atrás.

Outro ponto bem estranho é que a proposta apresentada pelo denunciado do MPF contempla que o Instituto tenha acesso aos dados fiscais dos concorrentes das filiadas ao instituto, ou seja, haveria a quebra do sigilo fiscal dos concorrentes para que os dados fossem analisados pelo ICL.

Após a apresentação ficou uma pergunta no ar: o novo modelo de controle também contemplará as filiadas do ICL? Pois em 2016, as três filiadas foram flagradas pela Agência Nacional do Petróleo no maior caso de adulteração da História do Brasil. Foram 16 milhões de litros de etanol apreendidos por estarem misturado com metanol.

E no último mês, o posto mais famoso da Shell, localizado ao lado do Projac da TV Globo, em Jacarepaguá (RJ), foi interditado pela ANP porque o etanol comercializado também estava adulterado com metanol.