Primavera do Leste, 23 – Produtores rurais do sudeste de Mato Grosso entrevistados na terça-feira, 22, pelo Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) relataram intenção de manter na temporada 2018/19 a mesma área cultivada com soja e milho na atual temporadas 2017/18. A reportagem acompanha a Equipe 11 do Rally da Safra 2018, organizado pela Agroconsult, que percorre nesta semana o sudeste de Mato Grosso e sudoeste de Goiás.

Capitalizados e com máquinas agrícolas adquiridas recentemente, eles pretendem empregar os lucros obtidos na temporada atual na compra de variedades de soja de maior tecnologia e na boa adubação das lavouras, assim como quitar investimentos anteriores em maquinário.

Luiz Fernando Polato, de Primavera do Leste, não quis revelar a área plantada na propriedade da família, mas afirmou que não há intenção em ampliar as plantações. Com a rentabilidade obtida na comercialização da safrinha e da soja, ele quer investir em variedades com maior tecnologia e em adubação mais precisa das lavouras.

Conforme Polato, já foi comprado todo o volume de fertilizantes a ser utilizado nas lavouras de soja e algodão do ciclo 2018/19 e uma parte dos defensivos. No que diz respeito à safrinha 2019, como ele ainda não vendeu antecipadamente nenhum volume, também não adquiriu insumos para o cereal do próximo ciclo.

Ademir José Piccinin, que tem fazendas nos municípios mato-grossenses de Dom Aquino e Chapada dos Guimarães, também pretende manter a área cultivada nos mesmos 1,4 mil hectares plantados na safra 2017/18. Nessas terras, ele planeja cultivar 1,4 mil hectares de soja e, depois de colhida a oleaginosa, o plano é voltar a semear 700 hectares com milho de inverno e os outros 700 hectares com algodão. Piccinin vai novamente comprar sementes de alta tecnologia e, assim como na temporada atual, aplicar em torno de 600 quilos de fertilizante por hectare.

Érico Pereira, de Primavera do Leste, é filho de produtor rural e administra a própria fazenda no município, na qual produz soja, milho e algodão em 850 hectares. Desses, 450 foram cultivados com o cereal de segunda safra e 280 hectares com algodão. “A nossa ideia é manter a produtividade alcançada neste ano nas lavouras. Estamos usando o lucro obtido com os bons preços dos grãos para quitar maquinário, comprar os insumos à vista e por preço menor”, disse Pereira.

Gustavo Orlando, de Primavera do Leste, também pretende manter a área plantada de 800 hectares – 100% destinada ao cultivo de soja no verão e 60% ao do milho segunda safra. Dos 480 hectares cultivados com o cereal, 30% são irrigados.

“Nós ficamos reféns do clima e há o medo de investir mais”, comentou ele, referindo-se à falta de chuvas após o plantio do milho de inverno. Com relação à soja do ciclo 2018/19, a estratégia é utilizar sementes com maior tecnologia, como a Intacta RR2PRO, desenvolvida pela Monsanto. Na safra 2017/18, Orlando aplicou sementes convencionais e com tecnologia Roundup Ready. Com a mudança e a manutenção da adubação, ele pretende obter 10% a mais de produtividade do que neste ano.

A equipe 11 do Rally da Safra visita nesta quarta-feira lavouras da região de Rondonópolis (MT) e, no fim do dia, parte para o município de Mineiros, no sudoeste de Goiás.

*A jornalista viaja a convite da Agroconsult