A Raízen Combustíveis está prestes a comprar os negócios da Shell na Argentina, que incluem distribuidoras de combustíveis e ativos da área de refino, apurou o Estado. As negociações seguem avançadas e dependem agora de assinatura de contratos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. A transação é da ordem de US$ 1 bilhão.

As conversas entre as empresas tiveram início no ano passado e envolveram outros grupos. O processo está na fase de propostas vinculantes (em que há obrigação de compra) e a companhia, joint venture entre os grupos Cosan e Shell, é apontada como a favorita. Se concretizado o acordo, o grupo Cosan terá negócios naquele país em parceria com a Shell, marcando o processo de internacionalização da Raízen Combustíveis.

Formada em 2010, a Raízen atua na área de distribuição de combustíveis no Brasil e na produção de açúcar e etanol. Em distribuição, é a terceira maior do setor, atrás das redes de postos Ipiranga (do grupo Ultra) e da BR Distribuidora, que pertence à Petrobrás e recentemente abriu o capital na Bolsa. No setor sucroalcooleiro, a empresa é líder absoluta.

Vendas. Com planos de desinvestimentos, a Shell colocou à venda no ano passado seu negócio de refino e cerca de 600 postos de combustíveis na Argentina. Os negócios atraíram diversos interessados.

Fontes afirmam que, segundo a proposta da Raízen, o valor de US$ 1 bilhão será pago em dinheiro. As discussões ainda não colocaram no preço o acordo sobre o uso da marca Shell, o que pode alterar o montante final da operação.

Não interessaria à Raízen ficar com os negócios de refino. No entanto, no mercado argentino, o distribuidor de combustível também é dono da estrutura de refino. Com isso, se sair vencedora, a Raízen terá de ter atuação também nesse segmento.

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O acordo de compra estava prestes a sair no fim do ano passado, mas trâmites burocráticos atrasaram o processo. O banco Morgan Stanley está assessorando a Raízen na operação.

Longa data. Cosan e Shell são tradicionais parceiros. No ano passado, o grupo de Rubens Ometto Silveira Mello comprou a fatia de 16,77% que a Shell tinha na Comgás, empresa cujo controle foi adquirido pela própria Cosan em 2012. A operação, de R$ 1,15 bilhão, envolveu dinheiro e ações.

Procurada, a Raízen não comentou. A Shell afirmou que não fala sobre rumores ou especulações associadas ao status de possíveis ações comerciais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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