A Raízen, parceria da Cosan com a Shell que administra mais de 6 mil postos da marca Shell no País, está deixando de investir entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões em infraestrutura logística no Brasil por causa do subsídio dado pelo governo ao diesel depois da greve dos caminhoneiros, informou o vice-presidente de logística e trading da empresa, Ricardo Mussa, durante palestra na Rio, Oil & Gas 2018.

“Hoje a gente está segurando, vamos aguardar, vêm aí as eleições, agora tem muita interferência no mercado que coíbe fazer os investimentos”, disse Mussa, que antes destacou o fato da subvenção ter acabado com o mercado para importação de diesel com a medida.

“A Petrobras voltou a ser uma grande monopolista inclusive na importação, criando uma grande incerteza do que vai acontecer daqui para frente”, avaliou.

Para acabar com a greve dos caminhoneiros o governo concedeu subsídio de até R$ 9,5 bilhões aos importadores de diesel até o dia 31 de dezembro deste ano. Para Mussa, é necessário começar a se planejar agora para o fim do subsídio, para que não haja um caos nos postos no dia 1º de janeiro de 2019.

“Tem uma parede na nossa frente que é a subvenção, mas quando acabar como vamos fazer? Vai ter gente chegando com arma em posto no dia 30 para obrigar a encher o tanque, temos que pensar nisso”, afirmou.

“Imagina a confusão que não vai ser. A gente tem data marcada para ter um reajuste altíssimo no diesel, e vai ser um caos. Talvez a gradualidade seja uma coisa para se pensar”, sugeriu.

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Na sua avaliação, a melhor solução para blindar o Brasil contra a alta do preço dos combustíveis no mercado internacional é o imposto flexível, que aumenta quando o petróleo está barato e sobe quando a commodity aumenta.


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