Após sofrer um ato de vandalismo no fim do ano passado, a Ong Raydi, referência em inclusão social há 18 anos em Nilópolis, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, reabriu suas portas no mês de junho com novas turmas e projetos. Entre as novidades, está um projeto de alfabetização para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), voltado a alunos de 5 a 6 anos em fase de pré-alfabetização ou alfabetização inicial.
O projeto utiliza uma metodologia afetiva e respeitosa, com abordagens adaptadas às necessidades de cada criança. Recursos visuais, táteis, sonoros e tecnológicos são empregados para facilitar o aprendizado, sempre com foco na autonomia e no acolhimento. A condução pedagógica é da professora Vanessa da Matta, especialista em educação inclusiva.
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“Muitas crianças com TEA apresentam desafios específicos no processo de aprendizagem, especialmente em ambientes que não consideram suas necessidades. Por isso, esse projeto é tão importante. Trabalhamos com acolhimento e estímulos sensoriais que despertam o interesse e facilitam a compreensão. Nosso objetivo é que cada criança avance no seu tempo e se sinta segura e motivada a aprender”, explica Vanessa.
Além das atividades pedagógicas, o projeto conta com aulas de musicalização, conduzidas por Diego Oliveira, cofundador da Ong Raydi e percussionista de reconhecimento nacional e internacional. Ele usa a música como ferramenta de conexão, expressão e aprendizado.
“A música é um canal poderoso de comunicação, especialmente para crianças autistas. Ela estimula o cérebro, favorece a socialização e torna o processo de ensino mais leve, lúdico e eficaz. A cada aula, vemos respostas emocionantes”, afirma Diego, que participa ativamente das atividades.
Cristina Lúcia, presidente da ONG, destaca o impacto da reabertura e o compromisso da instituição com a transformação social.
“A Ong Raydi sempre teve como missão acolher e transformar. Nosso compromisso é com cada criança, cada família, cada história de superação. Como mãe, posso afirmar que esse é um dos projetos mais importantes da nossa trajetória. Sei o quanto é difícil para muitas mães, que enfrentam a realidade de criar filhos autistas sozinhas, sem apoio. Com esse projeto, queremos ser rede de apoio, garantir dignidade, respeito e possibilidades reais de desenvolvimento para essas crianças”, declarou
Para Raíssa de Oliveira, fundadora da ONG, empresária e ex-rainha de bateria da Beija-Flor, o momento marca um novo ciclo.
“Esse projeto é uma chance de fazer a diferença na vida dessas crianças. Queremos que cada uma delas se sinta valorizada, estimulada e capaz. Tudo foi pensado com muito carinho, amor e profissionalismo. Tenho certeza de que vamos alcançar grandes resultados e transformar vidas”, afirma.
As aulas da alfabetização para crianças com TEA acontecerão em pequenos grupos, sempre às sextas-feiras, das 10h às 11h, a partir do dia 8 de agosto, na sede da instituição: Rua Antônio João Mendonça, 474 – Centro de Nilópolis. As inscrições devem ser feitas presencialmente e estão abertas também para moradores de municípios vizinhos.
A reabertura da ONG também trouxe outras iniciativas importantes, como aulas de atabaque e cursos profissionalizantes, entre eles o curso de trancista, implantista, voltado especialmente para geração de renda e capacitação de mulheres da comunidade, além de atividades como aulas de samba no pé, ritmos urbanos, zumba, dança do ventre, balé, capoeira, k-pop, teatro, jiu-jitsu.
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