A rainha Camilla, comprometida com o combate à violência contra a mulher, escreveu uma carta particular a Gisèle Pelicot, francesa que foi estuprada durante anos pelo marido e por dezenas de homens que ele recrutou online, segundo fontes nesta quinta-feira (13).
Pelicot tornou-se um ícone feminista durante o julgamento de estupro em Mazan, na França, que ocorreu entre setembro e dezembro de 2024, causando uma repercussão mundial.
Um de seus advogados, Antoine Camus, confirmou à AFP que sua cliente havia recebido uma carta do Palácio de Buckingham, mas se recusou a “comentar mais sobre a correspondência privada”.
“Ela ficou surpresa, emocionada e muito orgulhosa ao ver que havia conseguido levar a luta até a família real britânica”, disse Camus recentemente ao jornal Le Monde.
A carta veio de Camilla, disse uma fonte em Londres, que foi informada sobre o ocorrido. O Palácio de Buckingham se recusou a confirmar o fato oficialmente.
De acordo com a revista Newsweek, citando uma fonte do Palácio de Buckingham, a rainha ficou “extremamente afetada” pela história de Gisèle Pelicot.
Camilla ficou impressionada “com a extraordinária dignidade e coragem dessa mulher que aceitou a exposição pública”, de acordo com essa fonte citada pela Newsweek, “porque, como ela disse, por que ela deveria (…) se esconder com vergonha?
Gisèle Pelicot recusou-se a permitir que o julgamento de seus estupradores ocorresse a portas fechadas, para que a “vergonha” mudasse de lado.
Seu marido, Dominique Pelicot, que não recorreu, foi condenado em dezembro a 20 anos de prisão.
Os outros 50 réus, a maioria condenados por estupro e com idades entre 27 e 74 anos, receberam sentenças que variaram de três anos de prisão, dois deles com sursis, a 15 anos para um homem que estuprou Gisèle Pelicot seis vezes.
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